quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vaerah, falando bem e bonito!


“disse o SENHOR a Moisés: Eu sou o SENHOR; dize a Faraó, rei do Egito, tudo o que eu te digo.
Respondeu Moisés na presença do SENHOR: Eu não sei falar bem; como, pois, me ouvirá Faraó?” (Êx 6:29,30)
Alguma vez você já se imaginou na condição de Moisés, tendo que ordenar ao faraó que deixasse os israelitas sairem do Egito? Para a maioria de nós situações parecidas a essa são inimagináveis; muitos dizem: “Ah! se fosse eu, travava tudo e não sairia uma palavra sequer.” Mas quem disse que para Moisés foi diferente? Então o que difere Moisés da maioria das pessoas neste aspecto?
A diferença está na atitude, na confiança no Eterno e na disposição em fazer o que Ele ordena. Recentemente passamos pelo congresso, onde alguns de nossos líderes tiveram a incumbência da difícil missão de falar ao povo, trazendo ensinos da Torah. Eram cerca de 800 pessoas no congresso, todas ali, olhando para o lider, esperando que ele falasse palavras que preenchessem os seus corações.
Quando estamos dispostos a fazer como Moisés, abrindo mão de nossas próprias palavras, de nossa própria vontade, para transmitir a vontade do Eterno ao povo, Ele coloca as Suas palavras nos nossos lábios, seja diante de faraó, seja diante do povo do Eterno.
Moisés disse: EU não sei falar bem! Quando você olha para um líder e pensa: Esse fala bem, talvez esteja na hora de rever os conceitos e pensar que esse que você acha que fala bem na verdade é apenas uma pessoa que reconhece suas limitações, exatamente como Moisés, mas que ainda assim se coloca à disposição do Eterno para ser um instrumento em Suas mãos, tal qual nosso líder Moshe rabeinu!
Você deseja falar bem? Siga o exemplo de Moshe, e deixe HaShem usar seus lábios.
A porção de Vaerah vai de Êx 6:2 a Êx 9:35.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Coragem para fazer o certo


Nessa semana começamos o estudo do livro de Shemot, Êxodo, onde relembramos a saída do povo de Israel do Egito. A primeira parashah, que leva o nome do livro vai de Êx 1:1 a Êx 6:1 e traz um texto interessante para a nossa meditação: “O Rei do Egito disse às parteiras: Quando ajudardes no parto as hebréias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida.” (Êx 1:16-17)
É interessante ver que muitas pessoas fazem coisas erradas e depois se desculpam dizendo que fizeram porque foram obrigadas pelo patrão, pela mãe, pelos colegas, pelo pastor da igreja, etc... como se fosse impossível dizer não. As parteiras receberam ordem expressa do rei do Egito: MATEM OS MENINOS. No entanto, elas sabiam que isso seria errado e temeram ao Eterno.
Ser “maria vai com as outras” só pra fazer parte do grupo, ou só porque vai ficar chato se todo mundo topar fazer algo errado e só você for “o careta” é dormir com a consciência pesada.
A chave para ser feliz é ter uma cosciência tranquila, dormir em paz só é possível àquele que sabe discernir entre o certo e errado, e opta sempre por fazer aquilo que é certo, mesmo que isso implique em ser punido por patrões ou quem quer que seja.
Como resultado, as parteiras foram abençoadas pelo Eterno: “E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, estabeleceu-lhes casas” (Êx 1:21)
Graças à atitude corajosa das parteiras e à sabedoria de Joquebede, ao esconder o pequeno Moisés, nós temos uma longa história para contar de um dos maiores líderes que Israel teve, o homem que nos deixou a Torah do Eterno.
Se você quer ver sua casa sendo estabelecida, então tenha coragem para fazer o que é certo, obedeça ao Eterno, faça aquilo que é certo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vaichi - Avô e netos juntos



Nesta última porção de Bereshit, temos o relato final da vida de Yaakov com seus filhos, já no Egito. Algumas coisas chamam a atenção nessas relações familiares. Por exemplo, Yosef viveu com seus pais e irmãos 17 anos. Aí ele foi vendido, tornou-se escravo, daí governador do Egito, seus irmãos vieram a ele, e quando finalmente ele consegue trazer seu pai para viver com ele, eles vivem juntos novamente 17 anos. Esse foi o tempo em que José foi sustentado, com todo amor e carinho pelo seu pai. Depois ele retribuiria com 17 anos sustentando o pai. Só que há uma questão importante:

Em Gn 48:1-2 fala de José sendo avisado que seu pai Jacó estava enfermo. Aí ele pega seus filhos e corre para visitar o pai. Jacó então se esforça até para conseguir se assentar. Até aí, teoricamente tudo bem. Mas...

Em Gn 48:8 Jacó diz: Quem são estes contigo? Eram Efraim e Manassés, os filhos de José. Ora, aparentemente depois de 17 anos no Egito é que José foi apresentar seus filhos a Jacó. Jacó diz: Eu não esperava ver o teu rosto e eis que Deus me fez ver a tua semente também. (verso 11)

Quantos filhos fazem exatamente igual a José, não tem tempo de visitar os pais (pois administram o Egito, e isso toma tempo) e privam a convivência salutar entre avós e netos? Na hora da morte do avô, não adianta muito levar os netos para ele conhecer...

Se você tem seus filhos, aproveite para levá-los para visitar os avós de vez em quando, deixe eles brincarem juntos... ou você nunca ouviu falar que depois de velho a pessoa volta a ser criança? Para a avó, o avô, os netos são como revigorantes, pessoas com quem eles podem brincar, voltar a se divertir, comprar balinhas, doces...

Deixe seus pais felizes... deixem seus filhos felizes... nada faz tão bem às crianças do que a presença e a companhia de avós que brinquem com eles, despreocupadamente!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Hora de dar o troco! Você é igual a José?


A parashah dessa semana, assim como as anteriores, traz muitos ensinos para nossa vida, fica até difícil escolher um texto, mas vamos lá! Vayigash (Gn 44:18 a 47:27) nos mostra a hora da vingança! Mas vingança?
A Torah diz em Lv 19:18: “Não vos vingueis, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo.” Acho interessante as pessoas que se alegram quando outros são castigados, ou algo dá errado.
José foi vendido por seus irmãos, que o odiavam e sequer podiam falar com ele em paz, e por conta de ter sido vendido, acabou escravo de Potifar, foi preso injustamente, sofreu muito, e agora, governador do Egito, chegou a hora do troco. Para muitos, a hora de dar o troco em alguém é um momento ansiosamente esperado. Não para José!
Quando esteve frente a frente com seus irmãos (que o odiavam), José levantou a voz em choro, e disse: “Eu sou o vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, não vos entristeçais por me terem vendido; porque Deus me enviou aqui para conservar a vida de vocês... Habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, e eu ali te sustentarei...” e lançando-se sobre Benjamin, o abraçou e chorou. (Gn 45:2-14)
Se quiser ler na Brit Chadashah, Shaul HaShaliach disse: “se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12:20,21)
Da próxima vez que tiver a oportunidade de se vingar, lembre-se que o Eterno não nos permitiu isso, mas mais do que obedecer essa mistvá, não se vingue pelo simples prazer de ser bom, de fazer o bem... e verás que perdoar faz um bem enorme à pessoa que perdoa, bem muito maior do que àquele que é perdoado.
Seja como José, dê um troco inesperado, bem dado, vencendo o mal com o bem, pois quem sabe, para conservar a vida de outra pessoa é que você foi enviado?!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Chanukah, o exemplo de um shamash Yosef


Para que serve um shamash?
At 6:1-6 - os diáconos foram homens sábios, de boa reputação, que deveriam servir as mesas. (para este importante negócio).

Chanukah nos ensina a grande lição de ser um shamash. A vela que acende as demais é o shamash. É importante? Claro que sim!

Precisa ser uma boa vela? Sim, é dela que vai partir a luz...

Os apóstolos decidiram que alguém sábio deveria servir. E impuseram a mão sobre Estêvão e mais seis homens que fariam o trabalho. Ser um shamash, aquele que serve à mesa é algo extremamente importante.

Nas parashot estamos falando de José, que aprendeu a servir, ser shamash. Vamos ver:
• Gn 37:5-10 - José apresenta seus sonhos de governar sobre seus irmãos. Ele achava que eles iriam aceitar com alegria?
Resultado: foi jogado num poço, depois vendido e foi aprender a ser servo na casa de Potifar.
• Gn 39:2-4 - Por ser bom servo de Potifar, ele alcançou reconhecimento e foi colocado como encarregado de tudo.
Um bom shamash tem que ser dedicado ao trabalho.
• Gn 39:19-20 - Novamente lançado fora injustamente, (acusado pela esposa de Potifar) José acabou indo parar na prisão.
Resultado: aprendeu mais ainda a ser servo, pois na prisão ficou encarregado de fazer o trabalho do carcereiro.
• Gn40:4 - José teve que cuidar do copeiro e do padeiro na prisão. Ora, eles haviam errado diante do faraó, e uma vez presos, José teve que os servir.
Resultado: José aprender como bom shamash, a servir a todos, mesmo tendo eles feito coisas erradas.
• Gn 41:15-16 - José é chamado a interpretar o sonho do faraó, mas aí, demonstra humildade, não mais se exalta (como diante dos seus irmãos)
Resultado: o bom shamash José mostrou que aprendeu a lição da humildade. Reconhece que D-us é quem faz a obra, ele é só um instrumento.
• Gn 41:38-41 - Faraó coloca José como governador do Egito. Reconhece sua sabedoria.
Resultado: uma vez tendo sido bom shamash, ele serviu aos seus irmãos, não mais como governador deles, como a principio o sonho parecia, mas como SALVADOR.
• Gn 45: 7-11 - Toda a família está sob os cuidados de José.
O shamash traz luz, cuida e tem todos perto de si. Ele sabe de sua importância, não precisa de que o reconheçam, apenas ele se satisfaz em servir.

Quando Tiago e João, filhos de Zebedeu, pediram para se assentarem ao lado de Yeshua no reino, eles causaram indignação diante de todos os discípulos... mas Yeshua disse:
Mc 10:43-45 - Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

Aprendamos em chanukah que ser shamash é algo importantíssimo, algo honroso, reservado somente aos sábios e cheios do Espírito Santo.
Sejamos como a vela que está ali para servir. Ela é a diferente, quando todos os outros são iguais, estando ali para serem servidos.

Miketz, aprender a economizar


A parashah de Miketz (Gn 41:1 a Gn 44:17) continua o relato da história de Yosef no Egito. Depois de ser vendido, de ter sido servo de Potifar, acusado injustamente e ir parar na prisão, José é colocado diante do faraó para interpretar seus sonhos. No fim, o faraó reconhece que não há nenhum homem tão sábio para conduzir o Egito quanto José e diz: “Acharíamos um homem como este, em quem haja o Espírito de Deus? ... Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu” (Gn 41:38,39)
José poderia se engrandecer, mas permaneceu humilde, servindo, como um shamash. E em sua sabedoria ordenou que um quinto de tudo que fosse produzido durante os sete anos de fartura, e assim, todo o povo teria provisão para os anos de fome. (Gn 41:34-36)
Não preciso dar grandes explicações sobre a necessidade de estar preparado para os anos de fome. Não importa o quanto ganhamos de salário, a verdade é que sempre podemos guardar um pouquinho, por menor que seja o valor. Se fizermos isso todos os meses, e tivermos a disciplina pra manter essa economia PARA UMA DIFICULDADE INESPERADA, estaremos aptos para sobreviver em momentos de crise financeira.
Um dos grandes problemas é que as pessoas não pensam duas vezes antes de saírem por aí fazendo compras, gastando o que tem e o que não tem, e depois, quando chegam em casa, se dão conta de que não precisariam comprar aquela roupa (as vezes, a pessoa nem gostou tanto assim da roupa) aquele sapato novo, tv, carro, seja lá o que for... e bem que podia ter economizado. Aí já é tarde, e lá estamos nós endividados de novo, ainda em meio aos anos de fartura. Agora, imaginemos que hoje começarão os anos de fome. Você está preparado? Espero que sim!
Se soubermos economizar, já dizia o ditado: Prevenir é melhor do que remediar...
Se soubermos economizar, talvez alguém como o faraó nos considere sábios...
Se soubermos economizar, não sofreremos os anos de fome.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ódio, eita sentimento ruinzinho

Na parasha Vayeshev (Gn 37:1 a 40:23) começamos a observar a trajetório de Yosef, o filho amado de Israel. E aí, em meio a doze irmãos, surge o ódio por ele. É interessante observar que o ódio é um sentimento ruim, todo mundo sabe, mas ainda assim se deixam tomar conta por esse câncer. Estranho né? Estranho é não se cuidar com relação a isso.
Gn 37:4 diz: “Vendo os irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, odiaram-no e já não podiam falar com ele pacificamente.”
O ódio impede que possamos ver qualquer atitude positiva, qualquer sentimento positivo. Tudo que a pessoa faz de bom, ela é vista como hipócrita, bajulador. Se faz algo (teoricamente negativo) ela é mau-caráter, e por isso a odiamos, etc...
Em Provérbios 10 lemos que o ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
Não quero falar muito, esse assunto é auto-explicativo. Basta você olhar pra si mesmo e ver que se já odiou ou odeia alguém, esse sentimento só te faz mal, te faz sentir mal, te deixa doente, te prejudica... suas vitórias já não tem graça, só o que importa é a derrota do outro.
Os próprios irmãos não podiam mais falar em paz com José. Você é capaz de falar em paz com as pessoas? Todas as pessoas? Se for, parabéns! Se não for, lamento que você tenha prazer em sentir dor... porque já diziam os sábios: ter ódio, inveja por alguém é como tomar veneno e esperar que o outro morra.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vayishlach... abra os olhos rapaz!



A parasha dessa semana (Vayishlach - Gn 32:3 a 36:43) nos ensina muitas coias: perdão, reencontro de Esaú e Jacó, Diná saindo para ver as filhas da terra e se dando mal com isso, mas nessa semana optaremos por abordar algumas das frases ditas pelo patriarca Yaakov. Ele disse: “Deus de meu pai Abraão... sou menor do que todas as suas beneficências e que toda a sua fidelidade que tiveste para com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão e agora me tornei em dois bandos.” (Gn 32:10)

Sempre vejo pessoas e pessoas reclamando da vida, de quanto são pobres, miseráveis, azarados, etc... tudo é motivo de reclamação. Se está calor dizem: ai, vou morrer de calor... se está frio: esse frio está me matando! Se está sem dinheiro reclama de ser pobre, se tem dinheiro reclama que as pessoas se aproveitam de sua bondade, fala que amigos são falsos, só porque ele tem dinheiro e por aí vai uma infinidade de reclamações. Seria isso justo?

Acho que sempre, a cada dia temos muito que agradecer ao Eterno. As pessoas se esquecem muito rápido das bênçãos, das orações atendidas, da misericórdia de D-us.

Lembre-se do passado, procure alguma situação difícil pela qual você passou, e agradeça porque hoje ela faz parte do PASSADO. Jacó, ao cruzar novamente o Jordão lembrou de agradecer, porque ele havia passado sem nada por ali, e naquele momento, percebeu o quanto HaShem o fez prosperar, dividindo sua família e bens em dois bandos enormes.

Vamos exercitar:

- Se você tem um carro velho para trabalhar... lembre-se de que antes ia trabalhar de ônibus.

- Se você reclama por ainda ir trabalhar de ônibus, lembre-se que muitos há que estão desempregados.

- Se teus filhos brigam em casa (como Esaú e Jacó) lembre-se de que há muitas mulheres estéreis que dariam tudo para ter dois filhos brigando e fazendo bagunça dentro de casa.

- Se o Rosh te deu uma repreensão, lembre-se de que se não fosse ele, você provavelmente ainda estaria longe do Eterno, pecando e desconhecendo a Torah.

Sempr vai ter algo para agradecermos, porque o Eterno é bom, e a sua benignidade dura para sempre. Se isso não for o suficiente, lembre-se: “Tendo porém o sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (Palavras de Shaul HaShaliach a Timóteo em 1 Tm 6:8)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Casa da Sogra? Com certeza NÃO!!!

Certamente você já ouviu a expressão: “Tá pensando que aqui é a casa da sogra?” ou ainda “Isso aqui tá parecendo a casa da mãe Joana” Não sei porque as pessoas usam o nome da dona Joana nisso... como se na casa de uma senhora Joana tudo fosse permitido, ou na casa da sogra, tudo pode ser uma bagunça, tratado sem o menor respeito. Bem, não estou aqui pra falar sobre ditos populares, mas sobre a Torah, então vejamos:

Ao iniciar a leitura da parashá Vayetze (Gn 28:10 a 32:3) encontramos Jacó saindo de BerSheva indo na direção de Harã. Em algum ponto do caminho, bateu o cansaço e ele pegou uma pedra e a fez de travesseiro; deitou-se e descansou. Aí, sonhando teve uma visão de anjos, escada e o Eterno. Ao acordar é que vemos a diferença entre Jacó e a maioria das pessoas.

Em Gn 28:16,17 diz: “Acordado Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro senão a Casa de D-us, e esta é a porta dos céus.”

Ele sequer sabia o lugar, mas por causa de uma visão noturna se deu conta de que o Eterno estava ali, e reverenciou aquele lugar, ungindo a própria pedra que ele usara como travesseiro, marcando ali um lugar sagrado. E você? Quando entra na Kehilat HaShem, reverencia esse lugar? Quanto de respeito demonstramos ao adentrar num lugar onde, diferente de Jacó, SABEMOS que é o lugar onde HaShem habita? Entendemos o que significa Eclesiastes 5:1, quando diz: Guarda o teu pé quando entrares na Casa de D-us? Como devemos entrar num lugar onde habita a Santidade de HaShem? O salmista ensina:

“Entrai por suas portas com ações de graças, e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-Lhe graças e bendizei o Seu nome. Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre e, de geração em geração, a sua fidelidade.” (Salmo 100:4,5)

Da próxima vez que for à Congregação, procure perceber melhor a santidade devida àquele lugar, pois, caso contrário, podemos tratar a Casa de D-us como se trata a casa da sogra...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quem espera recebe...



A parashah de Toledot apresenta as gerações de Isaque e compreende Gn 25:19 a Gn 28:9.

Em Gn 25:21 temos que: “Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações e Rebeca, sua mulher, concebeu.”

Quantos maridos seriam capazes de orar insistentemente, por 20 anos, pela sua esposa? Rebeca era estéril e nem por isso foi abandonada pelo esposo, que como todo marido anseia por um filho.
Isaque era um homem de oração. Já no momento em que Rebeca o avistou pela primeira vez, ele estava no meio da tarde, orando ao Eterno (Gn 24:63) e ela soube ali que ele não a abandonaria. Sempre teria em seu favor as orações do bom marido.
Atualmente muitos casais se separam por qualquer motivo, e a infertilidade de algum dos cônjuges é motivo aceito para o fim de um casamento, mas quem teria o direito de escolher ser estéril? Será que Rebeca sabia que não podia gerar filhos? Acredito que não.
Da mesma forma, isso nos leva a considerar que quando alguém sofre um acidente de trânsito por exemplo, e fica impossibilitado de realizar algumas atividades, isso seja motivo para uma separação. Se isso é justo ou não cabe a cada um refletir.
O fato é que Isaque optou por não abandonar a esposa, e optou também por orar insistentemente ao Eterno, o único capaz de fazer da estéril uma alegre mãe de filhos (Sl 113:9)
Assim como comentei na parashah da semana passada sobre a mulher ser generosa para com o marido, hoje digo que uma mulher precisa confiar que o marido estará ao lado dela nos momentos de dificuldade, e que não a abandonará.
Graças às orações de Isaque, Rebeca se tornou mãe dos gêmeos, Esaú e Jacó, o nosso patriarca.

Uma esposa para Isaque



Ao lermos a parasha de Chayeh Sarah (Gn 23:1 a Gn 25:18) nos deparamos com a difícil missão de Eliézer, o servo damasceno de Avraham. Ele tinha que encontrar a esposa ideal para Isaque. Imaginemos que ele escolhesse uma má esposa: pronto, teria que arcar com as consequencias disso. E agora? Escolho uma mulher bonita? Inteligente? briguenta? calma? Sim, tem mulheres de tudo que é tipo e personalidade... que missão ingrata.

Eliezer então pede a ajuda do Eterno, que Ele mostrasse quem seria a mulher ideal, e lemos em Gn 24:14: “Seja pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a que designaste a teu servo Isaque...” Pronto. A esposa ideal deveria ser GENEROSA com o marido.

Nem bem falou Eliezer, e logo apareceu Rebeca, que ofereceu água para ele e seus camelos. Além disso, ofereceu ainda um lugar para que eles descansassem. De brinde, a bíblia diz ainda que ela era formosa.

Hoje muitos vão atrás apenas da beleza exterior, da formosura da jovem... e aí, bem feito. Esquecem-se de Pv 31 quando diz que enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

Por outro lado, é tão dificil encontrar uma mulher virtuosa, talvez porque no mesmo texto de provérbios 31 lemos: Ela lhe faz o bem e não o mal EM TODOS OS DIAS DA SUA VIDA. (31:12) Mulheres, aprendam que o papel da esposa é ser ajudadora do marido (e não o contrário) e de fazer o bem a ele sempre. Mulheres que querem mandar no marido, que querem que todas as suas vontades sejam satisfeitas, que se preocupam exclusivamente consigo mesmas e não colocam o marido em primeiro lugar estão contra a vontade do Eterno. Depois não queiram ser chamadas de virtuosas... primeiro passo para um bom casamento, sejam generosas como Rebeca, TODOS OS DIAS DA SUA VIDA.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A hospitalidade demonstrada por Avraham


Na parasha de Vayera temos um grande exemplo de hospitalidade demonstrada pelo patriarca Avraham. Quando lemos na Brit Chadashah em Hebreus 13:2 a recomendação de não negligenciarmos a hospitalidade, porque através dela alguns sem o saber, receberam anjos isso deve nos servir de alerta e bom conselho em termos a casa sempre aberta para receber as pessoas com alegria.
Avraham, ao avistar três homens vindo na direção de sua casa, se apressou em oferecer-lhes o melhor que podia. Leia Gn 18:1-8 e procure perceber que:
• Avraham correu na direção deles, prostrando-se em sinal de humildade, disposto a servir, honrando seus ushpizin.
• Ao dizer: não passes de seu servo, Avraham demonstrou um real desejo de acolher bem suas visitas (Não faça o visitante se sentir um peso em sua casa, faça com que eles percebam que é honroso receber-lhes)
• Ao oferecer-lhes água para lavar os pés e sombra debaixo de uma árvore, Avraham demonstrou estar atento às necessidades dos hóspedes. Nada melhor para quem está cansado de uma viagem, do que receber algo que alivie o cansaço, como uma boa água (por causa da longa caminhada) e sombra (para relaxar)
• Para saciar a fome, ofereceu logo o pão, que era o que mais próximo estava à mão. Com isso, aliviaria a fome deles, para depois oferecer-lhes uma alimentação mais bem elaborada.
• O próprio Avraham correu a escolher um novilho bom para prepararem um assado. Não iria correr o risco de um servo escolher algo que não fosse digno de suas visitas. Com isso aprendemos que quando precisamos fazer algo, façamos nós mesmos. Deixar que outros façam pode estragar tudo.
• Por fim, ao oferecer tudo, Avraham permaneceu em pé, junto a eles, debaixo da árvore. O que aprendemos com isso? Ora, que nosso patriarca estava ali, em pé, sempre a postos para servir.
A hospitalidade demonstrada pelo nosso patriarca foi digna de alguém que recebia o próprio Eterno em sua casa. Da próxima vez que você receber alguém em sua moradia, faça com dedicação e com alegria, pois quem sabe você esteja recebendo um anjo do Eterno em casa.
** Em tempo, hospitalidade nada tem a ver com ser rico ou ser pobre, mas com receber bem a todos os que nos visitam. Isso também está escrito no Talmude no tratado de Pirkei Avot: recebe a todos com hospitalidade.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ah! Terceira idade...


Ao ler a parashah de Lech Lechah, é impossível deixar de prestar atenção à idade das pessoas. Vejamos: Abrão foi chamado pelo Eterno para sair do lugar onde vivia, mas isso quando ele já tinha 75 anos (Gn 12:4) Quantos e quantos não diriam: Ah! estou velho demais para isso, arruma outro, me deixa sossegado aqui no âmbito familiar. Outros diriam: ah! eu sou muito novo, deixa eu curtir um pouco mais minha vidinha aqui.
Quando Sarai se julgou incapaz de dar filhos a Abrão e fez com que ele se deitasse com a escrava Agar, Abrão tinha 85 anos, e quando nasceu seu filho Ismael, já estava com 86 (Gn 16:16). Alguns julgariam (como Sarai) que ele já era velho demais para ser pai... mas eis que quando Isaque, o filho da promessa nasceu, Abraão já estava com 100 anos. (Gn 21:5)
Mas qual a importância da idade?
Na verdade, a lição de hoje é que sempre há tempo para buscarmos ao Eterno. Não importa a idade. Os jovens não devem dizer: Sou muito jovem para abrir mão de minha liberdade (direito a agir erradamente, como se fossem imortais) Quando for mais velho, servirei ao Eterno. Tampouco os idosos podem dizer: ah! meu vigor já passou, não posso servir ao Eterno, pois isso exigiria muito esforço de mim, porque teria que sair no shabat de manhã para congregar, e ja não tenho idade para isso.
Aprendamos com Abraão, que esperou 25 anos até ver cumprida a promessa de ter um filho e hoje vemos que os descendentes de Abraão já são como as estrelas do céu, conforme prometido.
“olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.” (Gn 15:5,6)
Assim como Abraão, façamos justiça, crendo no Eterno e em Sua Palavra, sem nos preocuparmos se estamos novos demais ou velhos demais para servir a HaShem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Noach, o diferente


Noach foi um personagem singular no relato bíblico. Literalmente único, em sua geração, justo, integro e que andava com Deus. Isso é o que relatam os primeiros versículos da parasha dessa semana (Gn 6:9 a Gn 11:32).
Em Gênesis 6:12 lemos: “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido seu caminho na terra.”
A corrupção do homem é como um caminho sem fim... um se corrompeu, e a partir daí corrompeu o próximo, que foi corrompendo até que todos haviam se desviado do caminho original que seguiriam na vida. Será que dá pra mudar? Porque Noach conseguiu resistir a isso?
Porque Noé não se importava em ser igual aos demais homens. Ele tinha sua própria concepção das coisas, sua personalidade não era volúvel, não se moldava de acordo com os parâmetros dos demais homens. Seu discernimento de certo e errado não passava pela opinião dos demais homens.
Quando fazemos a cerimônia da havdalah dizemos: “Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, que fazes separar o santo do profano, Israel dos demais povos...” Ao pronunciarmos tais palavras, expressamos a necessidade de ser DIFERENTE dos demais povos.
Em Rm 12:2, Shaul HaShaliach nos diz que não devemos nos conformar (andar conforme) as nações neste século. Tá, tudo bem! Devemos ser diferentes, mas diferentes em que? Físico? Aparência? Roupas? Comportamento?
Quando falamos de corrupção, basta olharmos e vemos que crianças desrespeitam pais, professores, líderes, etc. e nossa diferença está em educarmos nossos filhos no sentido contrário (não conforme) do mundo. Aprenderem a respeitar, honrar os mais velhos, serem educados.
Quando todo mundo procura tirar vantagem de toda e qualquer situação, se aproveitando do próximo, nossa diferença está em nos preocuparmos com o próximo, considerando aos outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3). Se prejudicarmos alguém, nossa preocupação deve estar em ressarcir o prejuízo, não em se aproveitar.
Noach nos ensinou que, mesmo membros isolados podem ser diferentes dos demais. Ele, sozinho, optou por não se corromper e por SER DIFERENTE DOS DEMAIS HOMENS. É possível seguirmos seu exemplo de integridade, justiça e andar com Deus. E ele foi digno de Deus falar com ele, quem sabe possamos um dia ouvirmos a voz de Deus também. Por mais difícil que nos possa parecer, sejamos diferentes!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Escondendo-se de Deus


“Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” (Gn 3:10)


Você já brincou de esconde-esconde? qual a graça de esconder? é que o outro demore pra te encontrar, mas que ache... se a pessoa não te achar, não tem graça... ninguém ficaria escondido num buraco até o dia seguinte e achando legal isso. Algumas pessoas brincam de esconde-esconde com Deus.

Isso foi o que ocorreu com Adão e Eva. Depois de comerem do único fruto que o Eterno lhes havia proibido, se deram conta do grande erro que cometeram. Resultado? Foram se esconder do Eterno.

HaShem entrou na brincadeira, perguntando a Adão: Onde você está? Ora, sabemos que Deus está em todo lugar e que Ele vê todas as coisas e o salmista Davi disse isso no Salmo 139:1-12 “Senhor, Tu me sondas e me conheces... para onde fugirei da Tua face?”

A verdade é que o Eterno permitiu que Adão reconhecesse seu erro; Ele sabia que Adão havia comido do fruto proibido. Adão, no entanto, preferiu se esconder...

Há dois caminhos quando cometemos erros, e devemos estar aptos para escolher e para aceitar as consequencias de nossas escolhas:

1) Assumir o erro, pagar o preço (possivelmente ser castigado) e seguir em frente, de cabeça erguida, com a vergonha pelo erro, mas com a certeza de que a teshuvah, o arrependimento te fará levantar (Pv 24:16)

2) Continuar escondido, com a consciência cada dia mais pesada, e a expectativa de pagar dobrado pelos erros.
Jó foi outro exemplo de alguém que se escondeu, e assim como Adão e Eva, só se deu conta que havia sido descoberto pelo Eterno mais tarde, quando foi lançado ao mar e tragado pelo grande peixe. Mas, ao buscar ao Eterno, do ventro do peixe, reconhecendo seu erro, alcançou a misericórdia, e depois foi cumprir a missão a que o Eterno lhe havia incumbido.
Agora é contigo! Quer continuar brincando de esconde-esconde? Faltando na congregação e fingindo justificativas? Brigando, ofendendendo e continuando a achar que está tudo bem? Ouvindo as prédicas e fingindo que não é contigo?
Um novo ano sempre é tempo de novas atitudes, de corrigir o que está errado e seguir em frente, rumo ào cumprimento da vontade do Eterno.

Iniciando um novo blog

Shalom a todos os amigos...

Há algum tempo tenho recebido incentivo e sugestões de amigos para que eu publicasse meus estudos, que semanalmente apresento nas congregações por onde passo, mas nunca me senti capaz de fazer algo assim, apesar de gostar de escrever.
Alguns de meus estudos já foram publicados nos cadernos de lições trimestrais produzidos pela CINA, motivo de orgulho pessoal, no fato de ter me sentido útil à Congregação do Eterno.
Agora, iniciando um novo ano, 5771, pretendo dar ouvidos à voz dos amigos, e começarei a publicar aqui algumas partes de meus estudos sobre as parashiot, e quem sabe poder ter um alcance maior do que a minha congregação local.

Criticas, comentários e sugestões, serão aceitos e publicados, desde que o autor se identifique e seja capaz de manter respeito à mim e à instituição na qual fazemos parte.

Um abraço! Shanah Tovah 5771! 5772, 5773...