quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Vaerah, falando bem e bonito!


“disse o SENHOR a Moisés: Eu sou o SENHOR; dize a Faraó, rei do Egito, tudo o que eu te digo.
Respondeu Moisés na presença do SENHOR: Eu não sei falar bem; como, pois, me ouvirá Faraó?” (Êx 6:29,30)
Alguma vez você já se imaginou na condição de Moisés, tendo que ordenar ao faraó que deixasse os israelitas sairem do Egito? Para a maioria de nós situações parecidas a essa são inimagináveis; muitos dizem: “Ah! se fosse eu, travava tudo e não sairia uma palavra sequer.” Mas quem disse que para Moisés foi diferente? Então o que difere Moisés da maioria das pessoas neste aspecto?
A diferença está na atitude, na confiança no Eterno e na disposição em fazer o que Ele ordena. Recentemente passamos pelo congresso, onde alguns de nossos líderes tiveram a incumbência da difícil missão de falar ao povo, trazendo ensinos da Torah. Eram cerca de 800 pessoas no congresso, todas ali, olhando para o lider, esperando que ele falasse palavras que preenchessem os seus corações.
Quando estamos dispostos a fazer como Moisés, abrindo mão de nossas próprias palavras, de nossa própria vontade, para transmitir a vontade do Eterno ao povo, Ele coloca as Suas palavras nos nossos lábios, seja diante de faraó, seja diante do povo do Eterno.
Moisés disse: EU não sei falar bem! Quando você olha para um líder e pensa: Esse fala bem, talvez esteja na hora de rever os conceitos e pensar que esse que você acha que fala bem na verdade é apenas uma pessoa que reconhece suas limitações, exatamente como Moisés, mas que ainda assim se coloca à disposição do Eterno para ser um instrumento em Suas mãos, tal qual nosso líder Moshe rabeinu!
Você deseja falar bem? Siga o exemplo de Moshe, e deixe HaShem usar seus lábios.
A porção de Vaerah vai de Êx 6:2 a Êx 9:35.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Coragem para fazer o certo


Nessa semana começamos o estudo do livro de Shemot, Êxodo, onde relembramos a saída do povo de Israel do Egito. A primeira parashah, que leva o nome do livro vai de Êx 1:1 a Êx 6:1 e traz um texto interessante para a nossa meditação: “O Rei do Egito disse às parteiras: Quando ajudardes no parto as hebréias e as virdes sobre os assentos, se for filho, matai-o; mas, se for filha, então, viva. As parteiras, porém, temeram a Deus e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera; antes, conservavam os meninos com vida.” (Êx 1:16-17)
É interessante ver que muitas pessoas fazem coisas erradas e depois se desculpam dizendo que fizeram porque foram obrigadas pelo patrão, pela mãe, pelos colegas, pelo pastor da igreja, etc... como se fosse impossível dizer não. As parteiras receberam ordem expressa do rei do Egito: MATEM OS MENINOS. No entanto, elas sabiam que isso seria errado e temeram ao Eterno.
Ser “maria vai com as outras” só pra fazer parte do grupo, ou só porque vai ficar chato se todo mundo topar fazer algo errado e só você for “o careta” é dormir com a consciência pesada.
A chave para ser feliz é ter uma cosciência tranquila, dormir em paz só é possível àquele que sabe discernir entre o certo e errado, e opta sempre por fazer aquilo que é certo, mesmo que isso implique em ser punido por patrões ou quem quer que seja.
Como resultado, as parteiras foram abençoadas pelo Eterno: “E aconteceu que, como as parteiras temeram a Deus, estabeleceu-lhes casas” (Êx 1:21)
Graças à atitude corajosa das parteiras e à sabedoria de Joquebede, ao esconder o pequeno Moisés, nós temos uma longa história para contar de um dos maiores líderes que Israel teve, o homem que nos deixou a Torah do Eterno.
Se você quer ver sua casa sendo estabelecida, então tenha coragem para fazer o que é certo, obedeça ao Eterno, faça aquilo que é certo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Vaichi - Avô e netos juntos



Nesta última porção de Bereshit, temos o relato final da vida de Yaakov com seus filhos, já no Egito. Algumas coisas chamam a atenção nessas relações familiares. Por exemplo, Yosef viveu com seus pais e irmãos 17 anos. Aí ele foi vendido, tornou-se escravo, daí governador do Egito, seus irmãos vieram a ele, e quando finalmente ele consegue trazer seu pai para viver com ele, eles vivem juntos novamente 17 anos. Esse foi o tempo em que José foi sustentado, com todo amor e carinho pelo seu pai. Depois ele retribuiria com 17 anos sustentando o pai. Só que há uma questão importante:

Em Gn 48:1-2 fala de José sendo avisado que seu pai Jacó estava enfermo. Aí ele pega seus filhos e corre para visitar o pai. Jacó então se esforça até para conseguir se assentar. Até aí, teoricamente tudo bem. Mas...

Em Gn 48:8 Jacó diz: Quem são estes contigo? Eram Efraim e Manassés, os filhos de José. Ora, aparentemente depois de 17 anos no Egito é que José foi apresentar seus filhos a Jacó. Jacó diz: Eu não esperava ver o teu rosto e eis que Deus me fez ver a tua semente também. (verso 11)

Quantos filhos fazem exatamente igual a José, não tem tempo de visitar os pais (pois administram o Egito, e isso toma tempo) e privam a convivência salutar entre avós e netos? Na hora da morte do avô, não adianta muito levar os netos para ele conhecer...

Se você tem seus filhos, aproveite para levá-los para visitar os avós de vez em quando, deixe eles brincarem juntos... ou você nunca ouviu falar que depois de velho a pessoa volta a ser criança? Para a avó, o avô, os netos são como revigorantes, pessoas com quem eles podem brincar, voltar a se divertir, comprar balinhas, doces...

Deixe seus pais felizes... deixem seus filhos felizes... nada faz tão bem às crianças do que a presença e a companhia de avós que brinquem com eles, despreocupadamente!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Hora de dar o troco! Você é igual a José?


A parashah dessa semana, assim como as anteriores, traz muitos ensinos para nossa vida, fica até difícil escolher um texto, mas vamos lá! Vayigash (Gn 44:18 a 47:27) nos mostra a hora da vingança! Mas vingança?
A Torah diz em Lv 19:18: “Não vos vingueis, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo.” Acho interessante as pessoas que se alegram quando outros são castigados, ou algo dá errado.
José foi vendido por seus irmãos, que o odiavam e sequer podiam falar com ele em paz, e por conta de ter sido vendido, acabou escravo de Potifar, foi preso injustamente, sofreu muito, e agora, governador do Egito, chegou a hora do troco. Para muitos, a hora de dar o troco em alguém é um momento ansiosamente esperado. Não para José!
Quando esteve frente a frente com seus irmãos (que o odiavam), José levantou a voz em choro, e disse: “Eu sou o vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, não vos entristeçais por me terem vendido; porque Deus me enviou aqui para conservar a vida de vocês... Habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, e eu ali te sustentarei...” e lançando-se sobre Benjamin, o abraçou e chorou. (Gn 45:2-14)
Se quiser ler na Brit Chadashah, Shaul HaShaliach disse: “se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” (Rm 12:20,21)
Da próxima vez que tiver a oportunidade de se vingar, lembre-se que o Eterno não nos permitiu isso, mas mais do que obedecer essa mistvá, não se vingue pelo simples prazer de ser bom, de fazer o bem... e verás que perdoar faz um bem enorme à pessoa que perdoa, bem muito maior do que àquele que é perdoado.
Seja como José, dê um troco inesperado, bem dado, vencendo o mal com o bem, pois quem sabe, para conservar a vida de outra pessoa é que você foi enviado?!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Chanukah, o exemplo de um shamash Yosef


Para que serve um shamash?
At 6:1-6 - os diáconos foram homens sábios, de boa reputação, que deveriam servir as mesas. (para este importante negócio).

Chanukah nos ensina a grande lição de ser um shamash. A vela que acende as demais é o shamash. É importante? Claro que sim!

Precisa ser uma boa vela? Sim, é dela que vai partir a luz...

Os apóstolos decidiram que alguém sábio deveria servir. E impuseram a mão sobre Estêvão e mais seis homens que fariam o trabalho. Ser um shamash, aquele que serve à mesa é algo extremamente importante.

Nas parashot estamos falando de José, que aprendeu a servir, ser shamash. Vamos ver:
• Gn 37:5-10 - José apresenta seus sonhos de governar sobre seus irmãos. Ele achava que eles iriam aceitar com alegria?
Resultado: foi jogado num poço, depois vendido e foi aprender a ser servo na casa de Potifar.
• Gn 39:2-4 - Por ser bom servo de Potifar, ele alcançou reconhecimento e foi colocado como encarregado de tudo.
Um bom shamash tem que ser dedicado ao trabalho.
• Gn 39:19-20 - Novamente lançado fora injustamente, (acusado pela esposa de Potifar) José acabou indo parar na prisão.
Resultado: aprendeu mais ainda a ser servo, pois na prisão ficou encarregado de fazer o trabalho do carcereiro.
• Gn40:4 - José teve que cuidar do copeiro e do padeiro na prisão. Ora, eles haviam errado diante do faraó, e uma vez presos, José teve que os servir.
Resultado: José aprender como bom shamash, a servir a todos, mesmo tendo eles feito coisas erradas.
• Gn 41:15-16 - José é chamado a interpretar o sonho do faraó, mas aí, demonstra humildade, não mais se exalta (como diante dos seus irmãos)
Resultado: o bom shamash José mostrou que aprendeu a lição da humildade. Reconhece que D-us é quem faz a obra, ele é só um instrumento.
• Gn 41:38-41 - Faraó coloca José como governador do Egito. Reconhece sua sabedoria.
Resultado: uma vez tendo sido bom shamash, ele serviu aos seus irmãos, não mais como governador deles, como a principio o sonho parecia, mas como SALVADOR.
• Gn 45: 7-11 - Toda a família está sob os cuidados de José.
O shamash traz luz, cuida e tem todos perto de si. Ele sabe de sua importância, não precisa de que o reconheçam, apenas ele se satisfaz em servir.

Quando Tiago e João, filhos de Zebedeu, pediram para se assentarem ao lado de Yeshua no reino, eles causaram indignação diante de todos os discípulos... mas Yeshua disse:
Mc 10:43-45 - Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Porque o Filho do Homem também não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate de muitos.

Aprendamos em chanukah que ser shamash é algo importantíssimo, algo honroso, reservado somente aos sábios e cheios do Espírito Santo.
Sejamos como a vela que está ali para servir. Ela é a diferente, quando todos os outros são iguais, estando ali para serem servidos.

Miketz, aprender a economizar


A parashah de Miketz (Gn 41:1 a Gn 44:17) continua o relato da história de Yosef no Egito. Depois de ser vendido, de ter sido servo de Potifar, acusado injustamente e ir parar na prisão, José é colocado diante do faraó para interpretar seus sonhos. No fim, o faraó reconhece que não há nenhum homem tão sábio para conduzir o Egito quanto José e diz: “Acharíamos um homem como este, em quem haja o Espírito de Deus? ... Pois que Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu” (Gn 41:38,39)
José poderia se engrandecer, mas permaneceu humilde, servindo, como um shamash. E em sua sabedoria ordenou que um quinto de tudo que fosse produzido durante os sete anos de fartura, e assim, todo o povo teria provisão para os anos de fome. (Gn 41:34-36)
Não preciso dar grandes explicações sobre a necessidade de estar preparado para os anos de fome. Não importa o quanto ganhamos de salário, a verdade é que sempre podemos guardar um pouquinho, por menor que seja o valor. Se fizermos isso todos os meses, e tivermos a disciplina pra manter essa economia PARA UMA DIFICULDADE INESPERADA, estaremos aptos para sobreviver em momentos de crise financeira.
Um dos grandes problemas é que as pessoas não pensam duas vezes antes de saírem por aí fazendo compras, gastando o que tem e o que não tem, e depois, quando chegam em casa, se dão conta de que não precisariam comprar aquela roupa (as vezes, a pessoa nem gostou tanto assim da roupa) aquele sapato novo, tv, carro, seja lá o que for... e bem que podia ter economizado. Aí já é tarde, e lá estamos nós endividados de novo, ainda em meio aos anos de fartura. Agora, imaginemos que hoje começarão os anos de fome. Você está preparado? Espero que sim!
Se soubermos economizar, já dizia o ditado: Prevenir é melhor do que remediar...
Se soubermos economizar, talvez alguém como o faraó nos considere sábios...
Se soubermos economizar, não sofreremos os anos de fome.