sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Noach, e a relação entre Pais e Filhos


A parashah de Noach, fala obviamente desse homem. Nela, as relações familiares pode ser abordada de maneira clara, pelos exemplos que temos. Vejamos:

1) Noé com seu pai, Lameque:
Gn 5:28-30 - E viveu Lameque cento e oitenta e dois anos e gerou um filho. E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou. E viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos e gerou filhos e filhas.
Quando Noé nasceu, seu pai havia profetizado que ele traria o descanso (significado do nome), o consolo. Enfim, Noé mudaria a história. Depois do nasicmento de Noé, Lameque viveu 595 anos. Quando veio o dilúvio, Noé tinha 600 anos (Gn 7:6) o que demonstra que seu pai não chegou a ver o dilúvio, mas Noé cumpriu o que havia sido dito sobre ele... Lameque trabalhou na educação de seu filho, para ele ser alguém que transformaria o mundo.

Isso nos leva a meditar no quanto temos feito para incutir na cabeça de nossos filhos o desejo de transformar, de ser melhor, de não se acomodar às pessoas do mundo. Demorou 600 anos, mas se cumpriu o sonho de um pai.
A atitude de Lameque fez de Noé um varão justo (Gn 6:9)

2) Noé com seus filhos: Sem, Cam e Jafé:
Seus filhos nasceram com a terra já corrompida (Gn 6:10-12) Então o Eterno dá inicio ao plano de restauração e limpeza da terra, em preservas as espécies. E Noé começa a trabalhar com seus filhos na arca. Coloque seus filhos junto a ti no serviço do Eterno. Eles precisam estar juntos, aprender a rezar, e a fazer os serviços; caso contrário quem os ensinará?
A família toda entra na arca e lá passa um ano, convivendo sem poder sair... e unidos, eles descem da arca.

Ao descer, Noé dá uma lição aos seus filhos... qual é?
Gn 8:20,21 - E edificou Noé um altar ao SENHOR; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar. E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz.

Quantas pessoas lembram antes de tudo de agradecer ao Eterno? Quem em sã consciência, sacrificaria animais limpos, sendo que só haviam 7 de cada espécie? Noé, o exemplo.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Chol Hamoed Sukot: Nós e o Eterno!



Nessa semana teremos uma parashah diferente: É shabat chol hamoed sukot, ou seja, o shabat dentre os dias intermediários da festa dos Tabernáculos. A porção lida vai de Êxodo 33:12 a 34:26, com o Maftir sendo lido em Bamidbar. Mas o que esse texto tem a ver com a festividade de Sukot? Tudo!

A parashah começa com Moshe pedindo que a presença de HaShem fosse com o povo durante a caminhada pelo deserto (quando eles habitavam em Cabanas). Em Êx 33:15 ele diz: “Se a tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui.” Esse é o espírito de Sukot!

Nessa festa lemos o livro de Kohelet, Eclesiastes, e o livro fala basicamente da futilidade da vida, de correr atrás do vento, de trabalhar pra ajuntar tesouros que outros vão gastar, etc...

As pessoas dão muito valor a bens materiais, a correr atrás de um bom emprego, de status social e quanto mais se busca essas coisas, menos tempo sobra pra uma relação importante: Eu e D-us.

E ao ler o versículo acima, percebemos que, se não for pra estar na companhia do Eterno, nada faz sentido.

Logo mais à frente, Moshê diz ao Eterno: “Rogo-te que me mostres a Tua glória!” (Êx 33:18)

Ora, só podemos experimentar a presença do Eterno, quando nos despimos de tudo que é material. E isso se cumpre perfeitamente em Sukot. Veja:

Durante todo o ano estamos abrigados em casa, faça frio ou calor, temos sempre um teto que nos protege, chegamos em casa, uma jantinha na mesa da cozinha, ou na sala de jantar, ou diante da tela da televisão... e em sukot, ah! chegamos em casa e vamos jantar debaixo de uma cabana, sem um teto que protege, apenas algumas folhas de palmeira, que não nos impedem de olhar pra cima e contemplar o explendor da glória do Eterno. Ele quem criou os céus, a terra, as estrelas... e então passamos a ver que sem Ele, não somos nada.

O que Moshê buscava é o que falta hoje para muita gente... um pouco mais de D-us. Sukot é um convite a deixarmos de lado nossas preocupações passageiras de ter, possuir... e irmos em busca de algo que não seja tão efêmero, transitório; irmos em busca da presença do Eterno.

Aquele que experimenta a suká, prova ser coberto, aquecido, protegido não por um cobertor, mas pelas próprias mãos do Eterno. Moshê teve disso, quando a própria mão do Eterno o cobria, e ele esteve protegido junto à uma fenda na rocha. (Êx 33:21-23).

Viva intensamente Sukot e sinta a mão de HaShem te cobrir... garanto que se sentirá mais aquecido e totalmente protegido.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Yom Kipur... as festas e a vontade do Eterno



Ec 3:16-18 - Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade e no lugar da justiça, maldade ainda. Então, disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra. Disse ainda comigo: é por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove, e eles vejam que são em si mesmos como os animais.

Como tudo na vida, as festas cumprem seu objetivo anual... e, como uma sequência lógica, nos molda para estarmos aptos a vivenciar uma relação próxima com o Eterno.
Rosh HaShanah é o dia do toque do Shofar, que nos desperta e nos leva à reflexão sobre os nossos atos. Geralmente, nessa hora acabamos por confrontar nossas más atitudes, reconhecer alguns erros e despertar de verdade. A Torah declara:
Êx 20:18 - Todo o povo presenciou os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da trombeta, e o monte fumegante; e o povo, observando, se estremeceu e ficou de longe.
Nos tempos de Moshê, quando ele subiu a encontrar-se com o Eterno e receber os mandamentos, o povo ouviu o som do shofar, os relâmpagos e o monte fumegando... e estremeceram, ficando de longe. Isso os fez refletir. Depois, veio o mandamento de que anualmente haveria um dia como esse, em que o toque do shofar fosse um aviso de reflexão.
Lv 23:24 Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação.

Quando refletimos, reconhecemos os erros e então é hora de pedir perdão. Eis que dez depois de Rosh Hashanah é Yom kipur.
Lv 16:29,31 - E isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis a vossa alma e nenhuma obra fareis, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vós.
É um sábado de descanso para vós, e afligireis a vossa alma; isto é estatuto perpétuo.
O jejum nos ensina que algumas vezes precisamos nos abster de algumas coisas. Comer é uma necessidade básica do ser humano, e ficar sem comer é “perder”. Perdoar, é abrir mão, abrir mão do orgulho próprio. Buscar o perdão também é isso, é aceitar que estava errado, e é raro aceitar o próprio erro. (Lembre-se do 70x7)
Quando aprendemos a buscar o perdão e a perdoar, tiramos um peso da nossa consciência, deixamos de confiar apenas na nossa capacidade e passamos a aceitar que se somos alguém, se temos algo, é só pela misericórdia Divina.
Deixar de confiar em nós mesmos, e aceitar a bondade do Eterno... esse é o próximo passo. Tudo a ver com Sukot,que celebraremos na próxima semana. Habitaremos em cabanas para nos lembrar que tudo vem da providência Divina, nosso sustento inclusive.
Só cumpriremos bem Sukot, se vivenciarmos bem o Yom Kipur... não basta afligir a alma, mas é preciso refletir sobre nossos atos. Quem sabe, nossa reflexão nos conduza a ser o reflexo da vontade do Eterno.