terça-feira, 27 de setembro de 2011

Haazinu... quem é você?


A parashah de Haazinu é bem curta, compreende apenas o capítulo 32 de Devarim, e é composta das palavras do “cântico de Moshê”. Sempre é bom lembrar que era o fim de sua vida, e ele transmitia suas últimas palavras ao povo de Israel, antes que eles entrassem na terra prometida.
Nosso mestre então chama a atenção e diz:
Dt 32:2,3 - Porque proclamarei o nome do SENHOR. Engrandecei o nosso Deus. Eis a Rocha! Suas obras são perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há nele injustiça; é justo e reto.

Muitas vezes as pessoas se esquecem com quem assumem compromisso, ao fazer um pacto. Declarar uma fé no D-us de Israel, assumir um compromisso com Ele é algo sério, que as pessoas não dão o devido valor e, por conta disso, acabam abandonando ao Eterno, Muitos se julgam injustiçados, reclamam e ainda acham que são os únicos justos da terra; que ninguém vê realmente seu sofrimento e que por fim, até D-us não se preocupa com eles... Vejamos o que disse Jó:
Leia Jó 34:1-11 - Sou justo e Deus me tirou o direito... porque disse: de nada aproveita ao homem o comprazer-se em Deus....

A resposta de D-us está em Jó 38:3-5,28-30...40:1-5. Por fim, Jó aceita que não tem respostas diante da grandeza de HaShem. Jó 42:1-6.

Porque isso? porque muitas vezes abandonamos ao Eterno e Moshe queria que o povo tivesse sempre em mente diante de quem estavam.
Em muitas sinagogas pelo mundo, há uma frase no Aron HaKodesh (ou próximo à ele) que diz:
DA LIFNEI MI ATAH OMED, traduzindo: "saiba diante de quem você está". (Jó 38:4)

Quando se sentir injustiçado, lembre-se das palavras do Eterno a Jó: “Onde você estava quando criei o mundo? Faze-me saber, se tens inteligência.”
Coloque-se no seu devido lugar, reconheça ao Eterno, nos seus momentos bons e nos difíceis também, seja grato a Ele, e aprenda com Jó: “Eu sou vil, que te responderia eu? A minha mão ponho na boca. Uma vez tenho falado, porém não prosseguirei...” (Jó 40:4,5)
Humildade diante de HaShem sempre!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Nitsavim - A promessa é para todos juntos...



Nitsavim esse ano é estudada junto com a porção Vayelech, mas quando lemos devemos nos lembrar que ainda antes de entrar na Terra, Moshê fazia seu último discurso perante o povo de Israel. Ele alertava ao povo... o que mostra que o líder tem que alertar, corrigir e orientar até mesmo quando estamos à entrada da Terra Prometida (ou até a sua morte, como fez Moshê)
Dt 29:10-13 Mostra que o povo estava todo perante o Eterno, e Moshê fez questão de mostrar que todos entrariam na Aliança do Eterno. Isso inclui cabeças das tribos, anciãos, oficiais, e todo homem, mulher, crianças de Israel, até mesmo o estrangeiro que estivesse dentro do povo, desde rachador de lenha até tirador de água.

Para entrar no Reino, você não precisa ser rico, líder, dar grandes ofertas... você só precisa saber CUMPRIR os mandamentos. Por isso Dt 29:9 diz: “Guardai, pois, as palavras desta aliança e cumpri-as, para que prospereis em tudo quanto fizerdes.”
Assim, o Eterno confirma a aliança que jurou aos patriarcas Avraham, Itschak e Yacov.

Mas essa promessa não se referia somente àqueles ali, veja nos versos 14 e 15: a promessa é também para aquele que não estavam ali. E seguiu e segue sendo confirmada a todos nós, até hoje, como diz na Brit Chadashah, numa festa de shavuot (onde celebramos a outorga da Torah):
At 2:38,39 - “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Yeshua HaMashiach para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Ruach HaKodesh. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar. ”
É algo grandioso saber que a esperança da Terra Prometida segue a nós até ao dia de hoje, aos que aceitam o arrependimento de pecados e passam pela tevilah. Essencialmente precisamos guardar, cumprir os mandamentos, mas aí alguém fala: Isso é que é o dificil. Quem consegue guardar o sábado? Quem consegue amar o próximo como a si mesmo? Quem consegue cumprir a Torah? Assim é impossivel!

Mas para isso, o próprio Moshê Rabeinu nos diz: “Porque este mandamento que, hoje, te ordeno não é demasiado difícil, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está além do mar, para dizeres: Quem passará por nós além do mar que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está mui perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.” (Dt 30:11-14)

Não dê desculpas dizendo que é difícil... o mandamento não está longe, você consegue alcançar, então cumpra e tome parte na herança dos justos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ki Tavo... e a alegria



A parashah dessa semana de Ki Tavo vai de Dt 26:1 a Dt 29:8, e poderíamos comentar sobre vários assuntos, dentre as tantas opções como ofertas, terceiro dízimo, qualquer uma das bênçãos ou maldições, mas por ora, meditemos na alegria. Alegria em servir ao Eterno.


Há alguns versículos bem claros nessa parashah a esse respeito:

“E te alegrarás por todo o bem o que o Eterno, teu Deus, te tem dado a ti e a tua casa...” (Dt 26:11) Esse verso vem logo depois do texto que fala sobre ofertar ao Eterno as primícias de todos os frutos... ou seja, ofertar e ficar feliz, será possível? Claro!

Há vários textos para se meditar quando a questão é ofertar... como por exemplo: “Deus ama ao que dá com alegria.” mas não é isso que importa, o que vale é demonstrar alegria por serví-Lo.


A cada semana, a cada shabat, devemos esperar ansiosos pelo dia de estarmos na kehilah, por cada momento de comunhão, por cada sorriso, por ouvir a Palavra, por meditar, e por agradecer por todas as bênçãos. Mas alguém pode pensar: porque demonstrar tanta alegria assim?


Porque quando a Torah fala dos castigos e das maldições ela afirma: “E todas estas maldições virão sobre ti, e te perseguirão, e te alcançarão, até que sejas destruído... porquantou não haverás servido ao Senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo.” (Dt 28:45,47)


Sei que nem todos levam uma vida de fartura, mas não é essa a questão. O ponto é sermos gratos ao Eterno, sempre. O Talmude fala em Pirkei Avot: “Quem é rico? Aquele que se contenta com o que tem!” Quando demonstramos ALEGRIA na presença do Eterno, todas as maldições se afastam de nós. Portanto, sirva ao Eterno com um sorriso no rosto. Problemas todos temos, mas como diz a Torah: “que povo há que tenha deuses tão próximos a si como o Senhor, nosso Deus, todas as vezes que o invocamos?” (Dt 4:7)


Que todos tenhamos um shabat FELIZ!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Ki Tetsê: Experimenta desobedecer pra ver!?!



Dt 21:18-21 - Se alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedece à voz de seu pai e à de sua mãe e, ainda castigado, não lhes dá ouvidos, seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade, à sua porta, e lhes dirão: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz, é dissoluto e beberrão. Então, todos os homens da sua cidade o apedrejarão até que morra; assim, eliminarás o mal do meio de ti; todo o Israel ouvirá e temerá.

Embora seja comum atos de desobediência por parte dos filhos, não podemos deixar de considerar isso como errado.

Ef 6:1-4 diz: Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.

Filhos devem compreender que OBEDECER AOS PAIS É JUSTO. É complicado quando jovens membros da comunidade desenvolvem atividades dentro da Kehilah, são ativos, colaboram, participam, mas dentro de casa são filhos desobedientes, desrespeitam os pais e não têm bom relacionamento.

O texto da Torah declara: “ainda que castigado não lhes dá ouvidos.” Esse é um outro aspecto na relação. Pais não devem ser “amigos” dos filhos, mas “pais”.
Pais são os que ensinam, que orientam e que ditam as regras dentro de casa.
Mesmo que o filho já seja adulto, trabalhe, tenha seu próprio dinheiro, isso não o desobriga a ser um bom filho, obediente.

Ainda na Torah: “seu pai e sua mãe o pegarão, e o levarão aos anciãos da cidade”
Quando pais passam por dificuldades com os filhos, esses problemas devem ser levados aos anciãos, pessoas que orientarão, ajudarão a resolver o problema. Não irão matar seu filho... mesmo porque o judaísmo descreve que nunca houve um caso em que o filho fosse morto a pedradas... porque sempre se pôde evitar.
Mas no caso em que seja necessária uma repreensão, os pais devem respeitar a determinação “dos juízes” sobre seus filhos. Pais que protegem, defendem filhos na desobediência dão mau exemplo e estarão prejudicando o filho, que entenderá a mensagem de que por pior que seja seu erro, sempre terá pai ou, principalmente mãe, para os defendê-los.

E citando a carta de Shaul HaShaliach aos efésios: quer viver bem? Então: Honra a teu pai e a tua mãe (que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e sejas de longa vida sobre a terra.