quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Parashah Vaiakhel e o shabat


Estamos chegando ao fim do livro de Shemot e claro que o livro de êxodo conta uma história, a história, cheia de detalhes, mas só pra lembrar rapidamente algumas coisas que o êxodo nos faz lembrar: Saída do Egito, fim da escravidão, 10 mandamentos, construção de um local onde Israel pudesse buscar ao Eterno. Mas de que adianta um lugar para buscar ao Eterno, se não temos tempo de ir nesse lugar não é mesmo?
De que adianta ter uma Beit linda, se não vamos nela rezar?

Nessa parasha, (Vaiakhel, Êx 35:1 a Êx 38:20) Moisés novamente começa falando do shabat, e nada mais claro que essas palavras:
Êx 35:1,2 - São estas as palavras que o SENHOR ordenou que se cumprissem: Trabalhareis seis dias, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso solene ao SENHOR; quem nele trabalhar morrerá.
Segundo o dicionário, tom solene significa: denota importância, seriedade, gravidade; sério, circunspecto, grave.

O shabat é algo sério, não dá pra ficar em casa descansando, dormindo! Aí alguém pergunta: Mas isso não é contradição? Se é dia de descanso, como não posso ficar em casa descansando?
Simples: descansamos dos nossos afazeres, do trabalho particular, para nos dedicarmos exclusivamente ao Eterno. Em Lv 23:3 o shabat é apresentado como um dia de SANTA CONVOCAÇÃO. Em outros lugares fala dele como sendo um sinal entre D-us e Seu povo.

O shabat é tão importante que em cada lar israelita, a mulher deve acender as velas no mínimo dezoito minutos antes do pôr-do-sol, para receber esse dia como “uma rainha”. Aí já não se faz mais nada, para não transgredir o tom solene, sério, com que o shabat deve ser recebido. Por isso, acender as luzes é o último ato, e talvez por esse ato tão solene, a parashá nos traz no verso seguinte (Êx 35:4) o mandamento de não acender fogo no shabat, ou seja, acende-se duas velas antes (lembra e guarda o shabat) para se lembrar de que não se acende fogo no shabat.

Que tal nesse shabat dar um tom mais solene, acendendo suas velas na hora certa (lembre-se, o horário de verão acabou essa semana) indo ao cabalat, shacharit e avodat, pois esse é dia de santa convocação? Assim teremos um Shabat shalom!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Que falta faz um líder?!


A parashah dessa semana (Ki Tissa - Êxodo 30:11 a 34:35) fala de diversos assuntos, desde o pagamento de meio shekel no recenseamento por cada israelita, até o mandamento do shabat, como sinal entre o Eterno e Seu povo. Traz também a idolatria com o bezerro de ouro, fato negativo marcante na história de Israel.
Claro que eu poderia falar sobre a idolatria, sobre os três mil que foram mortos por causa disso, mas hoje quero que meditemos sobre a importância do lider.

Ao lermos Êx 32:1 vemos: “Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido.”

Bastou Moshe ficar um tempo distante e o povo desandou a fazer bobagem. Isso nos deve fazer refletir sobre a importância do líder, do bom líder.
O bom líder não é aquele que faz o que o povo quer (como Arão fez o bezerro, porque eles pediram) mas aquele que mostra ao povo o que devem fazer, aquilo que é certo.
Quando lemos o texto que diz: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.” é natural refletirmos sobre qual seria o valor dessa duplicada honra, qual seria o valor do duplicado honorário (como diz em outra versão do texto)?
Duplicado honorário faz parecer o líder um advogado; advogado é que recebe honorário para defender seus clientes; mas foi exatamente isso que Moshe fez, quando o Eterno se mostrou disposto a destruí-los, e iniciar com Moshe um novo povo (Êx 32:10). Moisés não somente recusou ser o precursor de uma nova nação, mas intercedeu pelo povo junto ao Eterno, fazendo com que Ele se arrependesse do mal que faria ao povo. (Êx 32:14)
Como um pastor que cuida do seu rebanho, Moshe cuidou do povo de Israel, ainda que eles tivessem cometido tão grande pecado. Sem nenhum orgulho pessoal, egocentrismo ou qualquer sentimento semelhante, Moshe demonstrou que seu amor estava acima disso, ele dava a vida por eles.

Agora, cabem três perguntas ao encerrarmos essa meditação: O que aconteceria ao povo se Moshe não intercedesse por eles?Qual valor você ao seu líder? Será que ele é merecedor de duplicados honorários?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Tetsavê: o óleo, e a luz da menorah


Esta porção de Tetsavê (Êx 27:20 a Êx 30:10) apresenta especificações breves acerca do óleo para a menorah, da linhagem sacerdotal através de Arão e seus filhos, das vestes do sacerdote, do seu oficío através dos sacrifícios e do altar onde seria queimado o incenso. Pode parecer meio desconexo os assuntos, mas se prestarmos atenção, eles se interligam. Desde a porção anterior quando são apresentados as especificações para o Mishkan, os textos conduzem para um único objetivo: DEUS HABITANDO NO MEIO DO POVO. (Êx 25:8)

Dito isso, começamos a parashah:
Êx 27: 20-21 - Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente. Na tenda da congregação fora do véu, que está diante do Testemunho, Arão e seus filhos a conservarão em ordem, desde a tarde até pela manhã, perante o SENHOR; estatuto perpétuo será este a favor dos filhos de Israel pelas suas gerações.

Nesses primeiros dois versículos podemos tirar muitas lições:
• Quando nos colocamos na condição de menorah, temos a responsabilidade de possuir o óleo puro de oliva, batido. Certa vez Yeshua ben David, nosso mestre disse: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.” (Mt 5:14-16)
Que tipo de óleo tem dentro de você? Puro? Quais são as tuas obras? podemos dizer que nossa luz está brilhando intensamente diante dos homens, através de nossas boas obras?
• Ah! A Parashá fala que a lâmpada deveria ser acesa CONTINUAMENTE. Para algumas pessoas, a lâmpada fica acende, apaga, acende, apaga.... que isso?
Com certeza não é esse o tipo de luz que o Eterno gostaria que tivéssemos. Nossa preocupação deve ser constante em tudo que se relaciona com o exemplo, com nossas atitudes, com o testemunho que damos.
Se somos luz, a luz do mundo, como disse Yeshua, temos que iluminar a todos, e como fazer isso? Através das nossas boas obras. Não adianta querer ser uma luz só no shabat, dentro da kehilah, quando muitas outras luzes também estão brilhando ao seu lado. A luz só tem serventia em meio à escuridão do mundo.
Que tal fazer o mundo ser um pouco mais iluminado? Então, encha a sua candeia de óleo puro, batido, como o da menorah e brilhe.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Terumah e o Templo de Ruach HaKodesh


A parashah de Terumah fala de oferendas, ofertas que seriam trazidas pelo povo, e devemos como sempre, buscar subsídios para um aprendizado mais espiritual possivel. Então lemos no contexto da parashah:
Ex 25:8,9 - E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.

Primeiro percebemos que se constrói um santuário, e depois Deus habitará nele. E o santuário deveria ser do jeito que Deus queria, e não do jeito que os israelitas imaginavam.
Aqui vemos um grande problema, porque na Brit Chadashah, Shaul HaShaliach nos traz o ensinamento moral de que nós somos o TEMPLO do Espírito Santo, ou seja, nós somos o Mishkan, nós somos o Beit HaMikdash de hoje:
1 Co 6:19 - Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
É aí que o problema pega pra valer, porque se nós como santuário de Deus, não devemos dizer ah! Eu sou assim mesmo... eu faço assim, não consigo mudar...

O santuário DEVE ser conforme o modelo de Deus, pois está escrito em Êx 25:8,9 - E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis.

Se é assim, que lição óbvia aprendemos? A de que devemos nos moldar à vontade do Eterno e não ficar criando argumentos para continuarmos a ser do jeito que somos, com desculpas esfarrapadas. Deus criou um modelo de Mishkan, assim como ele criou um modelo de homem à Sua vontade, de acordo com Seu coração.
Todos somos falhos, erramos, pecamos, mas não estar disposto a lutar, batalhar e se moldar à vontade do Eterno é um grande erro. Ou não somos o Templo, onde o Espírito deve habitar?