terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ah! Terceira idade...


Ao ler a parashah de Lech Lechah, é impossível deixar de prestar atenção à idade das pessoas. Vejamos: Abrão foi chamado pelo Eterno para sair do lugar onde vivia, mas isso quando ele já tinha 75 anos (Gn 12:4) Quantos e quantos não diriam: Ah! estou velho demais para isso, arruma outro, me deixa sossegado aqui no âmbito familiar. Outros diriam: ah! eu sou muito novo, deixa eu curtir um pouco mais minha vidinha aqui.
Quando Sarai se julgou incapaz de dar filhos a Abrão e fez com que ele se deitasse com a escrava Agar, Abrão tinha 85 anos, e quando nasceu seu filho Ismael, já estava com 86 (Gn 16:16). Alguns julgariam (como Sarai) que ele já era velho demais para ser pai... mas eis que quando Isaque, o filho da promessa nasceu, Abraão já estava com 100 anos. (Gn 21:5)
Mas qual a importância da idade?
Na verdade, a lição de hoje é que sempre há tempo para buscarmos ao Eterno. Não importa a idade. Os jovens não devem dizer: Sou muito jovem para abrir mão de minha liberdade (direito a agir erradamente, como se fossem imortais) Quando for mais velho, servirei ao Eterno. Tampouco os idosos podem dizer: ah! meu vigor já passou, não posso servir ao Eterno, pois isso exigiria muito esforço de mim, porque teria que sair no shabat de manhã para congregar, e ja não tenho idade para isso.
Aprendamos com Abraão, que esperou 25 anos até ver cumprida a promessa de ter um filho e hoje vemos que os descendentes de Abraão já são como as estrelas do céu, conforme prometido.
“olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.” (Gn 15:5,6)
Assim como Abraão, façamos justiça, crendo no Eterno e em Sua Palavra, sem nos preocuparmos se estamos novos demais ou velhos demais para servir a HaShem.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Noach, o diferente


Noach foi um personagem singular no relato bíblico. Literalmente único, em sua geração, justo, integro e que andava com Deus. Isso é o que relatam os primeiros versículos da parasha dessa semana (Gn 6:9 a Gn 11:32).
Em Gênesis 6:12 lemos: “Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque todo ser vivente havia corrompido seu caminho na terra.”
A corrupção do homem é como um caminho sem fim... um se corrompeu, e a partir daí corrompeu o próximo, que foi corrompendo até que todos haviam se desviado do caminho original que seguiriam na vida. Será que dá pra mudar? Porque Noach conseguiu resistir a isso?
Porque Noé não se importava em ser igual aos demais homens. Ele tinha sua própria concepção das coisas, sua personalidade não era volúvel, não se moldava de acordo com os parâmetros dos demais homens. Seu discernimento de certo e errado não passava pela opinião dos demais homens.
Quando fazemos a cerimônia da havdalah dizemos: “Bendito sejas Tu, Eterno, nosso Deus, que fazes separar o santo do profano, Israel dos demais povos...” Ao pronunciarmos tais palavras, expressamos a necessidade de ser DIFERENTE dos demais povos.
Em Rm 12:2, Shaul HaShaliach nos diz que não devemos nos conformar (andar conforme) as nações neste século. Tá, tudo bem! Devemos ser diferentes, mas diferentes em que? Físico? Aparência? Roupas? Comportamento?
Quando falamos de corrupção, basta olharmos e vemos que crianças desrespeitam pais, professores, líderes, etc. e nossa diferença está em educarmos nossos filhos no sentido contrário (não conforme) do mundo. Aprenderem a respeitar, honrar os mais velhos, serem educados.
Quando todo mundo procura tirar vantagem de toda e qualquer situação, se aproveitando do próximo, nossa diferença está em nos preocuparmos com o próximo, considerando aos outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3). Se prejudicarmos alguém, nossa preocupação deve estar em ressarcir o prejuízo, não em se aproveitar.
Noach nos ensinou que, mesmo membros isolados podem ser diferentes dos demais. Ele, sozinho, optou por não se corromper e por SER DIFERENTE DOS DEMAIS HOMENS. É possível seguirmos seu exemplo de integridade, justiça e andar com Deus. E ele foi digno de Deus falar com ele, quem sabe possamos um dia ouvirmos a voz de Deus também. Por mais difícil que nos possa parecer, sejamos diferentes!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Escondendo-se de Deus


“Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.” (Gn 3:10)


Você já brincou de esconde-esconde? qual a graça de esconder? é que o outro demore pra te encontrar, mas que ache... se a pessoa não te achar, não tem graça... ninguém ficaria escondido num buraco até o dia seguinte e achando legal isso. Algumas pessoas brincam de esconde-esconde com Deus.

Isso foi o que ocorreu com Adão e Eva. Depois de comerem do único fruto que o Eterno lhes havia proibido, se deram conta do grande erro que cometeram. Resultado? Foram se esconder do Eterno.

HaShem entrou na brincadeira, perguntando a Adão: Onde você está? Ora, sabemos que Deus está em todo lugar e que Ele vê todas as coisas e o salmista Davi disse isso no Salmo 139:1-12 “Senhor, Tu me sondas e me conheces... para onde fugirei da Tua face?”

A verdade é que o Eterno permitiu que Adão reconhecesse seu erro; Ele sabia que Adão havia comido do fruto proibido. Adão, no entanto, preferiu se esconder...

Há dois caminhos quando cometemos erros, e devemos estar aptos para escolher e para aceitar as consequencias de nossas escolhas:

1) Assumir o erro, pagar o preço (possivelmente ser castigado) e seguir em frente, de cabeça erguida, com a vergonha pelo erro, mas com a certeza de que a teshuvah, o arrependimento te fará levantar (Pv 24:16)

2) Continuar escondido, com a consciência cada dia mais pesada, e a expectativa de pagar dobrado pelos erros.
Jó foi outro exemplo de alguém que se escondeu, e assim como Adão e Eva, só se deu conta que havia sido descoberto pelo Eterno mais tarde, quando foi lançado ao mar e tragado pelo grande peixe. Mas, ao buscar ao Eterno, do ventro do peixe, reconhecendo seu erro, alcançou a misericórdia, e depois foi cumprir a missão a que o Eterno lhe havia incumbido.
Agora é contigo! Quer continuar brincando de esconde-esconde? Faltando na congregação e fingindo justificativas? Brigando, ofendendendo e continuando a achar que está tudo bem? Ouvindo as prédicas e fingindo que não é contigo?
Um novo ano sempre é tempo de novas atitudes, de corrigir o que está errado e seguir em frente, rumo ào cumprimento da vontade do Eterno.

Iniciando um novo blog

Shalom a todos os amigos...

Há algum tempo tenho recebido incentivo e sugestões de amigos para que eu publicasse meus estudos, que semanalmente apresento nas congregações por onde passo, mas nunca me senti capaz de fazer algo assim, apesar de gostar de escrever.
Alguns de meus estudos já foram publicados nos cadernos de lições trimestrais produzidos pela CINA, motivo de orgulho pessoal, no fato de ter me sentido útil à Congregação do Eterno.
Agora, iniciando um novo ano, 5771, pretendo dar ouvidos à voz dos amigos, e começarei a publicar aqui algumas partes de meus estudos sobre as parashiot, e quem sabe poder ter um alcance maior do que a minha congregação local.

Criticas, comentários e sugestões, serão aceitos e publicados, desde que o autor se identifique e seja capaz de manter respeito à mim e à instituição na qual fazemos parte.

Um abraço! Shanah Tovah 5771! 5772, 5773...