quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

BO e o fermento... que coisa pequena essa?


Ao ler a parashah de Bo novamente, revi o comentário que fiz no ano passado, sobre os que estão arruinados como o faraó e ainda se acham vencedores... Aí relendo o texto da parashah, (Êx 10:1 a Êx 13:16) vi que falava do Pessach e sempre tem um versículo que me chama a atenção. É assim todo ano, tenho que aprender lições novas, e então li Êxodo 12:19,20 - “Por sete dias, não se ache nenhum fermento nas vossas casas; porque qualquer que comer pão levedado será eliminado da congregação de Israel, tanto o peregrino como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações, comereis pães asmos.”
O que isso tem a ver com os derrotados que se acham vencedores? Bom, se observarmos que os perdedores sempre colocam a culpa nos outros e não se preocupam em olhar para aquilo que estão fazendo de errado, esse texto nos ensina muita coisa.
Qual a importância de não comer fermento, coisa levedada, durante sete dias? É uma coisa tão pequena isso! E aí que está o problema, as pessoas muitas vezes perdem grandes bênçãos porque não se preocupam com as pequenas coisas. O mandamento dizia e diz: Quem comer fermento será eliminado do povo.
Gente, é pra prestar atenção mesmo... é só um detalhe. Mas muitas vezes a vitória é fruto de um detalhe, de um cuidado especial, e como é triste por uma pequena coisa perder algo grandioso.
Já vi várias pessoas se complicarem, como na viagem para a Argentina, por exemplo, porque esqueceram de levar a identidade... e ficaram na fronteira. Todo ano vemos várias pessoas que perdem o vestibular por um detalhe: chegaram 30 segundos atrasados e o portão já estava fechado... perderem o emprego porque esqueceram de fazer algo... e por aí vai.
Nossa vitória, um bom casamento, a entrada no Reino, etc... dependem da atenção aos pequenos detalhes. Ou você vai continuar esquecendo de tirar o fermento?

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Shemot... escondendo nossos filhos.



No ano passado, ao comentar a parashah de Shemot, falei sobre as parteiras, que tiveram coragem para fazer o certo, ao se negarem a cumprir a ordem de faraó em matar todos os meninos que nascessem. A lição desse ano, para Shemot (Êx 1:1 a Êx 6:1) vem na sequência desse fato. O nascimento de Moshê Rabeinu.

A Torah diz: “E foi um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. E a mulher concebeu e deu à luz um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o p. or três meses.” (Êx 2:1,2)

Aqui o texto fala de Anrão e Joquebede, levitas que já tinham dois filhos, Aharon e Mirian e este é o relato do nascimento do terceiro, Moshêzinho. Você já pensou o que seria de Israel se não fosse Moshê? Claro que HaShem iria enviar um outro libertador, mas certamente não teria dado à Joquebede a alegria de ser a mãe do libertador de Israel. Mas o que isso tem a ver com o versículo?

A questão aqui está no verbo "esconder". Ela escondeu Moshê da morte. E assim como Joquebede, hoje se faz necessário em nós, como pais, sabermos esconder nossos filhos da morte. Isso significa que devemos evitar que nossos filhos se envolvam em situações que lhes possam trazer como consequência a morte.

Moshê era apenas um bebê, não sabia de nada, mas a morte já o cercava, porque se algum servo de faraó o visse, ele certamente seria morto. Então Joquebede o escondeu. Nossos filhos, especialmente os pequenos e até sua adolescência não sabem os riscos que correm. Quando bebês, cuidamos para que eles não caiam, pois um cair, um choque, pode levá-lo à morte. Aí eles crescem um pouco, e os escondemos do perigo, quando pegamos na mão deles para que aprendam a atravessar a rua, etc... e à medida que crescem precisamos continuar escondendo nossos filhos, de maus amigos, das drogas, e de tudo que os possa conduzir à morte. Se você, como pai ou mãe, não aprender a ser como Joquebede, seus filhos serão presas fáceis para o faraó moderno...

Quando Moshê já não podia mais ser escondido dentro da casa, ela o colocou no rio, e o Eterno fez o resto, de maneira que ela pôde continuar protegendo seu filho, mesmo nos palácios do Egito. Bem protegido, Moshê aprendeu a proteger seu povo de Israel e se tornou o grande líder de nosso povo, e até hoje, milhares de anos depois, ainda falamos dele a cada shabat.

Se você deixar seus filhos sempre expostos aos “perigos do mundo”, achando que isso fará com que eles "amadureçam" mais rápido, é sinal de que não está sabendo proteger o que HaShem lhe deu e aí, nunca poderá dizer, orgulhosa, como Joquebede... “Tá vendo aquele lá na frente, libertando o povo de Israel, é meu filho, Moshê!” Se você quer seu filho sendo grande, o “esconda” do mundo desde cedo. Faça sua parte e HaShem sempre fará a dEle.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vivo, morto, VIVO!



A parashah de Vaiechi (e viveu) é a última do livro de Bereshit, e vai de Gn 47:28 a Gn 50:26, e seu relato inicia-se com o tempo da vida de Jacó. Ele viveu cento e quarenta e sete anos. VIVEU!
Jacó teve uma vida intensa, desde o ventre, quando já brigava e saiu agarrado ao calcanhar de seu irmão Esaú. Tomou a bênção e o direito do primogênito, saiu de casa cedo, constituiu sua grande família, lutou com “um anjo”, voltou para pedir perdão ao irmão, enriqueceu, sofreu a “perda do filho favorito”, passou período de fome, quando reencontrou seu filho e viveu com ele dezessete anos no Egito, quando morreu. Isso é o dizemos de uma pessoa que VIVEU.

Me assusta observar hoje pessoas que não vivem, apenas envelhecem. Passam-se os anos e a pessoa não se mexe para a vida. Vejo jovens que crescem só de tamanho, que vão à escola, mas não estudam, não criam objetivos, metas para sua vida e correm atrás delas. Pelo contrário, vivem de perder tempo só na internet, facebook, baixar filmes e músicas...e na maioria das vezes fazem isso, porque ganharam um notebook dos pais, e tem internet com banda larga em casa.

Não sou contra internet, até porque ela hoje é parte da vida da maioria das pessoas, mas temos que ter objetivos. O lazer, o papo no msn, facebook, celular é legal, mas viver só disso, sem perspectiva, aí não dá.

Quando você envelhecer, e todos vamos envelhecer, o que vai dizer? Passei pelo ICQ, fui pro MSN, tive ORKUT, migrei pro FACEBOOK e o que mais? O que deixará de legado para o mundo? O que eu fiz?

Eu já disse isso a alguns jovens e agora digo aqui: quando seus pais morrerem, o que será de você? vai ter que trabalhar como todo mundo. Mesmo antes de eles morrerem (e que isso demore muito) você vai querer namorar, casar, mas quem se casa com uma pessoa que não produz, que não faz nada?

Sempre me preocupo em deixar algo marcante na vida das pessoas. Não quero ser alguém que morre e não fez a diferença no mundo. Deve ser muito triste alguém que morre e ninguém sente falta... faça o mundo sentir sua falta, trabalhe, transforme, cresça, seja Jacó.