terça-feira, 23 de novembro de 2010

Ódio, eita sentimento ruinzinho

Na parasha Vayeshev (Gn 37:1 a 40:23) começamos a observar a trajetório de Yosef, o filho amado de Israel. E aí, em meio a doze irmãos, surge o ódio por ele. É interessante observar que o ódio é um sentimento ruim, todo mundo sabe, mas ainda assim se deixam tomar conta por esse câncer. Estranho né? Estranho é não se cuidar com relação a isso.
Gn 37:4 diz: “Vendo os irmãos que seu pai o amava mais do que a todos os seus irmãos, odiaram-no e já não podiam falar com ele pacificamente.”
O ódio impede que possamos ver qualquer atitude positiva, qualquer sentimento positivo. Tudo que a pessoa faz de bom, ela é vista como hipócrita, bajulador. Se faz algo (teoricamente negativo) ela é mau-caráter, e por isso a odiamos, etc...
Em Provérbios 10 lemos que o ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.
Não quero falar muito, esse assunto é auto-explicativo. Basta você olhar pra si mesmo e ver que se já odiou ou odeia alguém, esse sentimento só te faz mal, te faz sentir mal, te deixa doente, te prejudica... suas vitórias já não tem graça, só o que importa é a derrota do outro.
Os próprios irmãos não podiam mais falar em paz com José. Você é capaz de falar em paz com as pessoas? Todas as pessoas? Se for, parabéns! Se não for, lamento que você tenha prazer em sentir dor... porque já diziam os sábios: ter ódio, inveja por alguém é como tomar veneno e esperar que o outro morra.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Vayishlach... abra os olhos rapaz!



A parasha dessa semana (Vayishlach - Gn 32:3 a 36:43) nos ensina muitas coias: perdão, reencontro de Esaú e Jacó, Diná saindo para ver as filhas da terra e se dando mal com isso, mas nessa semana optaremos por abordar algumas das frases ditas pelo patriarca Yaakov. Ele disse: “Deus de meu pai Abraão... sou menor do que todas as suas beneficências e que toda a sua fidelidade que tiveste para com teu servo; porque com meu cajado passei este Jordão e agora me tornei em dois bandos.” (Gn 32:10)

Sempre vejo pessoas e pessoas reclamando da vida, de quanto são pobres, miseráveis, azarados, etc... tudo é motivo de reclamação. Se está calor dizem: ai, vou morrer de calor... se está frio: esse frio está me matando! Se está sem dinheiro reclama de ser pobre, se tem dinheiro reclama que as pessoas se aproveitam de sua bondade, fala que amigos são falsos, só porque ele tem dinheiro e por aí vai uma infinidade de reclamações. Seria isso justo?

Acho que sempre, a cada dia temos muito que agradecer ao Eterno. As pessoas se esquecem muito rápido das bênçãos, das orações atendidas, da misericórdia de D-us.

Lembre-se do passado, procure alguma situação difícil pela qual você passou, e agradeça porque hoje ela faz parte do PASSADO. Jacó, ao cruzar novamente o Jordão lembrou de agradecer, porque ele havia passado sem nada por ali, e naquele momento, percebeu o quanto HaShem o fez prosperar, dividindo sua família e bens em dois bandos enormes.

Vamos exercitar:

- Se você tem um carro velho para trabalhar... lembre-se de que antes ia trabalhar de ônibus.

- Se você reclama por ainda ir trabalhar de ônibus, lembre-se que muitos há que estão desempregados.

- Se teus filhos brigam em casa (como Esaú e Jacó) lembre-se de que há muitas mulheres estéreis que dariam tudo para ter dois filhos brigando e fazendo bagunça dentro de casa.

- Se o Rosh te deu uma repreensão, lembre-se de que se não fosse ele, você provavelmente ainda estaria longe do Eterno, pecando e desconhecendo a Torah.

Sempr vai ter algo para agradecermos, porque o Eterno é bom, e a sua benignidade dura para sempre. Se isso não for o suficiente, lembre-se: “Tendo porém o sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” (Palavras de Shaul HaShaliach a Timóteo em 1 Tm 6:8)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Casa da Sogra? Com certeza NÃO!!!

Certamente você já ouviu a expressão: “Tá pensando que aqui é a casa da sogra?” ou ainda “Isso aqui tá parecendo a casa da mãe Joana” Não sei porque as pessoas usam o nome da dona Joana nisso... como se na casa de uma senhora Joana tudo fosse permitido, ou na casa da sogra, tudo pode ser uma bagunça, tratado sem o menor respeito. Bem, não estou aqui pra falar sobre ditos populares, mas sobre a Torah, então vejamos:

Ao iniciar a leitura da parashá Vayetze (Gn 28:10 a 32:3) encontramos Jacó saindo de BerSheva indo na direção de Harã. Em algum ponto do caminho, bateu o cansaço e ele pegou uma pedra e a fez de travesseiro; deitou-se e descansou. Aí, sonhando teve uma visão de anjos, escada e o Eterno. Ao acordar é que vemos a diferença entre Jacó e a maioria das pessoas.

Em Gn 28:16,17 diz: “Acordado Jacó do seu sono, disse: Na verdade o Senhor está neste lugar, e eu não sabia. E temeu e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro senão a Casa de D-us, e esta é a porta dos céus.”

Ele sequer sabia o lugar, mas por causa de uma visão noturna se deu conta de que o Eterno estava ali, e reverenciou aquele lugar, ungindo a própria pedra que ele usara como travesseiro, marcando ali um lugar sagrado. E você? Quando entra na Kehilat HaShem, reverencia esse lugar? Quanto de respeito demonstramos ao adentrar num lugar onde, diferente de Jacó, SABEMOS que é o lugar onde HaShem habita? Entendemos o que significa Eclesiastes 5:1, quando diz: Guarda o teu pé quando entrares na Casa de D-us? Como devemos entrar num lugar onde habita a Santidade de HaShem? O salmista ensina:

“Entrai por suas portas com ações de graças, e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-Lhe graças e bendizei o Seu nome. Porque o Senhor é bom, a sua misericórdia dura para sempre e, de geração em geração, a sua fidelidade.” (Salmo 100:4,5)

Da próxima vez que for à Congregação, procure perceber melhor a santidade devida àquele lugar, pois, caso contrário, podemos tratar a Casa de D-us como se trata a casa da sogra...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Quem espera recebe...



A parashah de Toledot apresenta as gerações de Isaque e compreende Gn 25:19 a Gn 28:9.

Em Gn 25:21 temos que: “Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações e Rebeca, sua mulher, concebeu.”

Quantos maridos seriam capazes de orar insistentemente, por 20 anos, pela sua esposa? Rebeca era estéril e nem por isso foi abandonada pelo esposo, que como todo marido anseia por um filho.
Isaque era um homem de oração. Já no momento em que Rebeca o avistou pela primeira vez, ele estava no meio da tarde, orando ao Eterno (Gn 24:63) e ela soube ali que ele não a abandonaria. Sempre teria em seu favor as orações do bom marido.
Atualmente muitos casais se separam por qualquer motivo, e a infertilidade de algum dos cônjuges é motivo aceito para o fim de um casamento, mas quem teria o direito de escolher ser estéril? Será que Rebeca sabia que não podia gerar filhos? Acredito que não.
Da mesma forma, isso nos leva a considerar que quando alguém sofre um acidente de trânsito por exemplo, e fica impossibilitado de realizar algumas atividades, isso seja motivo para uma separação. Se isso é justo ou não cabe a cada um refletir.
O fato é que Isaque optou por não abandonar a esposa, e optou também por orar insistentemente ao Eterno, o único capaz de fazer da estéril uma alegre mãe de filhos (Sl 113:9)
Assim como comentei na parashah da semana passada sobre a mulher ser generosa para com o marido, hoje digo que uma mulher precisa confiar que o marido estará ao lado dela nos momentos de dificuldade, e que não a abandonará.
Graças às orações de Isaque, Rebeca se tornou mãe dos gêmeos, Esaú e Jacó, o nosso patriarca.

Uma esposa para Isaque



Ao lermos a parasha de Chayeh Sarah (Gn 23:1 a Gn 25:18) nos deparamos com a difícil missão de Eliézer, o servo damasceno de Avraham. Ele tinha que encontrar a esposa ideal para Isaque. Imaginemos que ele escolhesse uma má esposa: pronto, teria que arcar com as consequencias disso. E agora? Escolho uma mulher bonita? Inteligente? briguenta? calma? Sim, tem mulheres de tudo que é tipo e personalidade... que missão ingrata.

Eliezer então pede a ajuda do Eterno, que Ele mostrasse quem seria a mulher ideal, e lemos em Gn 24:14: “Seja pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a que designaste a teu servo Isaque...” Pronto. A esposa ideal deveria ser GENEROSA com o marido.

Nem bem falou Eliezer, e logo apareceu Rebeca, que ofereceu água para ele e seus camelos. Além disso, ofereceu ainda um lugar para que eles descansassem. De brinde, a bíblia diz ainda que ela era formosa.

Hoje muitos vão atrás apenas da beleza exterior, da formosura da jovem... e aí, bem feito. Esquecem-se de Pv 31 quando diz que enganosa é a graça e vã a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, essa será louvada.

Por outro lado, é tão dificil encontrar uma mulher virtuosa, talvez porque no mesmo texto de provérbios 31 lemos: Ela lhe faz o bem e não o mal EM TODOS OS DIAS DA SUA VIDA. (31:12) Mulheres, aprendam que o papel da esposa é ser ajudadora do marido (e não o contrário) e de fazer o bem a ele sempre. Mulheres que querem mandar no marido, que querem que todas as suas vontades sejam satisfeitas, que se preocupam exclusivamente consigo mesmas e não colocam o marido em primeiro lugar estão contra a vontade do Eterno. Depois não queiram ser chamadas de virtuosas... primeiro passo para um bom casamento, sejam generosas como Rebeca, TODOS OS DIAS DA SUA VIDA.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A hospitalidade demonstrada por Avraham


Na parasha de Vayera temos um grande exemplo de hospitalidade demonstrada pelo patriarca Avraham. Quando lemos na Brit Chadashah em Hebreus 13:2 a recomendação de não negligenciarmos a hospitalidade, porque através dela alguns sem o saber, receberam anjos isso deve nos servir de alerta e bom conselho em termos a casa sempre aberta para receber as pessoas com alegria.
Avraham, ao avistar três homens vindo na direção de sua casa, se apressou em oferecer-lhes o melhor que podia. Leia Gn 18:1-8 e procure perceber que:
• Avraham correu na direção deles, prostrando-se em sinal de humildade, disposto a servir, honrando seus ushpizin.
• Ao dizer: não passes de seu servo, Avraham demonstrou um real desejo de acolher bem suas visitas (Não faça o visitante se sentir um peso em sua casa, faça com que eles percebam que é honroso receber-lhes)
• Ao oferecer-lhes água para lavar os pés e sombra debaixo de uma árvore, Avraham demonstrou estar atento às necessidades dos hóspedes. Nada melhor para quem está cansado de uma viagem, do que receber algo que alivie o cansaço, como uma boa água (por causa da longa caminhada) e sombra (para relaxar)
• Para saciar a fome, ofereceu logo o pão, que era o que mais próximo estava à mão. Com isso, aliviaria a fome deles, para depois oferecer-lhes uma alimentação mais bem elaborada.
• O próprio Avraham correu a escolher um novilho bom para prepararem um assado. Não iria correr o risco de um servo escolher algo que não fosse digno de suas visitas. Com isso aprendemos que quando precisamos fazer algo, façamos nós mesmos. Deixar que outros façam pode estragar tudo.
• Por fim, ao oferecer tudo, Avraham permaneceu em pé, junto a eles, debaixo da árvore. O que aprendemos com isso? Ora, que nosso patriarca estava ali, em pé, sempre a postos para servir.
A hospitalidade demonstrada pelo nosso patriarca foi digna de alguém que recebia o próprio Eterno em sua casa. Da próxima vez que você receber alguém em sua moradia, faça com dedicação e com alegria, pois quem sabe você esteja recebendo um anjo do Eterno em casa.
** Em tempo, hospitalidade nada tem a ver com ser rico ou ser pobre, mas com receber bem a todos os que nos visitam. Isso também está escrito no Talmude no tratado de Pirkei Avot: recebe a todos com hospitalidade.