segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Abraão e Sarah, sua linda mulher.

 
A parashah dessa semana, chamada Lech Lecha, vai de Gn 12:1 a Gn 17:27. Com o começo do relato de vida de nosso patriarca Avraham viajamos também em grandes histórias de um homem cheio de virtudes, mas, como sempre, ninguém é perfeito.
 
Antes de falar de Abraão, olhemos para nós mesmos. Quem são as pessoas que mais amamos? Quem são aqueles a quem realmente prezamos de forma singular, como únicos em nossa vida? Pense um pouquinho nessa pessoa. Depois de refletir sobre sua relação com ela por pelo menos dois minutos, aí sím, continue lendo o post.
 
Veja o que a Torah diz: “Foi quando se aproximou para entrar no Egito, disse a Sarai sua mulher: Eis que agora sei que és uma mulher formosa à vista.” (Gn 12:11)
 
Abrão já tinha seus setenta e cinco anos, e segundo alguns, já era casado com Sarai há 40 anos e nunca havia dito algo semelhante à sua esposa. 
Isso pode parecer normal para alguns, e na verdade muitos acham que o romantismo, demonstração de carinho é bobeira. Eu acho que não.
 
Porque Abrão demorou muitos anos pra dizer à esposa que ela era bonita (apesar de ela já ter 65 anos de idade)? Não, isso não foi uma demonstração de romantismo, mas o medo fez com o patriarca disse isso à esposa. Medo de morrer! Nos versos seguintes basicamente ele fala: "os egípcios te acharão linda e vão me matar pra ficar com você, então diga que é minha irmã, e pra te conquistar eles vão me deixar vivo e me tratar bem." Que hora pra fazer um elogio  hein?!
 
Isso não significa que ela não amava a esposa, ou que não a valorizasse, mas perceba que ele disse: "AGORA SEI QUE É UMA MULHER FORMOSA". Só agora?
 
Amamos nossos filhos, nossa esposa, nossos maridos, mas quantas vezes expressamos isso? Quantas vezes dizemos a nosso cônjuge: "você realmente é uma mulher bonita"? Ou para o marido: "eu tenho orgulho de você, meu marido"?
 
O problema é que, como Abrão, só diante da morte, quando vemos a morte de perto, e sentimos medo, inventamos de demonstrar sentimentos, de elogiar a quem amamos. Quanto tempo perdido!
 
Gastamos nosso tempo com muita coisa, trabalho, passeio, viagens, amigos, e não investimos tempo para admirar a beleza de nossos cônjuges. E pra que? Pra no fim da vida, num leito de morte, olhar pra esposa e finalmente falar: Eu te amo!, como você está bonita!?
 
Você pode achar que dizer para a esposa que ela está bonita e que a ama pode ser frescura, mas como você se sente quando alguém te elogia? Certamente não pensa: "você é um tolo, pra que me elogiar?" Ninguém fica triste em ser elogiado. E então porque você não faz isso com as pessoas que ama?
 
Hoje, ao inves de ver as noticias do jornal nacional, ao invés da novela, pare e fique olhando seu marido/esposa por uns instantes (de preferência enquanto ela estiver distraída) você vai se surpreender em ver detalhes tão bonitos, pequenos trejeitos que só sua esposa tem, o jeito gracioso como faz determinadas coisas. E depois fale: "eu gosto quando você faz assim, gosto de ver você preparar o jantar, o cuidado com nossas coisas,... querida, depois de todos esses anos, deixa eu te dizer mais uma vez: "eu sou um cara de sorte, por ter uma esposa tão bonita e graciosa como você!"
 
De minha parte, ficaria muito feliz se as esposas tambem fizessem o mesmo com o marido. E ambos fizessem o mesmo com os filhos, gabando-se das suas crias...
 
Garanto uma coisa, é melhor Abrão falar pra Sarai que ela é uma mulher linda, formosa, do que ver os egipcios o fazendo e depois ficar bravinho.
 
E lembre-se: O ELOGIO SINCERO É AQUELE QUE FAZEMOS SEM ESPERAR NADA EM TROCA. O ELOGIO MAIS GOSTOSO É AQUELE QUE RECEBEMOS SEM ESTAR ESPERANDO!
 

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