terça-feira, 30 de agosto de 2011
Shofetim, a justiça sempre!
Shofetim é a palavra hebraica para juizes ou policiais e essa palavra dá nome à parashah dessa semana, que vai desde Dt 16:18 a Dt 21:9. Como é difícil ser justo. Mas é uma obrigação, porque ser justo é estar apto para possuir a Terra por herança.
Dt 16:20 - A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas e possuas em herança a terra que te dará o SENHOR, teu Deus.
Para garantirmos a vida, e possuir a Terra, é preciso seguir a justiça, mas como entender o que é justo? Ser bonzinho é ser justo? Ser durão é ser justo? Como entender de justiça...
Provérbios 28:5 Os homens maus não entendem o que é justo, mas os que buscam o SENHOR entendem tudo.
A parashah fala de estabelecermos juízes, (Dt 16:18,19), mas porque nós mesmos não julgamos?
Quem julga a si próprio sempre é benevolente, (nem sempre justo) mas quem julga ao próximo, tende a ser parcial, sempre em defesa de seus próprios interesses.
Já dizia o salmista: “Quem pode entender os próprios erros?” Por isso, mesmo que seja convidado a isso, a pessoa deve evitar fazer seu auto-julgamento. Além disso, quem se julga, como poderá julgar às demais pessoas? Nesse caso, não seria necessário estabelecer juízes, pois cada um se julgaria por si próprio. Mas quem é o bom juiz?
Essa parashah é muito especial, muito clara, e orientadora, desde os seus primeiros versículos. Por exemplo, um juíz não pode fazer acepção de pessoas, quer dizer, olhe para todo mundo de uma maneira uniforme. Quem erra, independente de ser filho, amigo, ou ele mesmo, é digno de correção, disciplina. Quem acerta, independente de ser filho, amigo, ou mesmo uma pessoa pela qual não se tenha simpatia, é digna de elogio.
O dia que as pessoas aprenderem a ser mais justas, certamente teremos uma congregação melhor, teremos um povo melhor, e teremos a capacidade de agradarmos ao Eterno.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Reeh - criança mimada!
Todo mundo já viu uma criança mimada né? Todo mundo sabe o quanto é chato uma criança que manda nos próprios pais, que pai e mãe mandam ela fazer uma coisa e ela faz outra. Mas a parashah de Reeh (que significa “vejam” e vejam bem mesmo!!!) nos mostra como nós adultos muitas vezes agimos como crianças mimadas, portanto, pessoas desagradáveis.
Dt 12:8, 9 - Não procedereis em nada segundo estamos fazendo aqui, cada qual tudo o que bem parece aos seus olhos, porque, até agora, não entrastes no descanso e na herança que vos dá o SENHOR, vosso Deus.
Depois desses versos reflita sobre como agimos quando o líder “determina” algo que é contra nossa vontade? Como fazemos para escolher os caminhos que vamos seguir na vida, na kehilah, familiar? Cada um faz o que dá vontade ou seguimos as recomendações do Eterno?
Pessoas dificilmente entendem que conselhos são para seu próprio bem (exceto aqueles conselhos que batem exatamente com a opinião que a própria pessoa deseja seguir). Muitos não aceitam correção, nem orientação. Na verdade a maioria age como criança. Mas refletindo perceberemos que: Agir de acordo com nossos impulsos não nos conduz ao Reino, mas à perdição.
Moshê disse: até agora não entrastes no descanso. Nossa vontade produz cansaço, fadiga...
Não é fácil abrir mão de costumes, do nosso jeito. Quando lemos os escritos da Brit Chadashah até o apóstolo Paulo sabia o quanto é dificil:
Rm 7: 19-24 - Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
Não é fácil abrir mão de costumes, do nosso jeito. Quando lemos os escritos da Brit Chadashah até o apóstolo Paulo sabia o quanto é dificil:
Rm 7: 19-24 - Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho, então, esta lei em mim: que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus. Mas vejo nos meus membros outra lei que batalha contra a lei do meu entendimento e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?
É preciso lutarmos contra nossa vontade de fazer de qualquer jeito, do nosso jeito... do jeito do Eterno, entraremos na Terra. Sei que para muitos, ouvir e seguir, obedecer é sempre um peso, mas isso além de exercitar a nossa humildade, nos ajuda a “entrar no descanso e possuir a herança”. O segredo é a OBEDIÊNCIA!
Quer só um exemplo? Nessa mesma parashah fala das carnes imundas, que o Eterno proibiu de serem usadas como alimento. Quantas pessoas continuam comendo carne de porco e outras, e dizem: Ah! Tá escrito, mas fazer o quê? É tão gostosa!
Crianças mimadas são assim. O pai fala, para de mascar chiclete, pare de comer doce... mas ela fala: Eu como, é gostoso!
Da próxima vez que observar uma criança mimada, ficando emburradinha, pense: Eu sou exatamente assim, a única diferença é que eu cresci (ou melhor, não cresci!).
Crianças mimadas são assim. O pai fala, para de mascar chiclete, pare de comer doce... mas ela fala: Eu como, é gostoso!
Da próxima vez que observar uma criança mimada, ficando emburradinha, pense: Eu sou exatamente assim, a única diferença é que eu cresci (ou melhor, não cresci!).
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Ekev... uma segunda chance!
Essa parashah nos relembra algumas coisas. Ekev compreende o texto de Dt 7:12 a Dt 11:25. Vamos ver o que Moshê nos disse em Dt 10:1,4-“Naquele tempo, me disse o SENHOR: Lavra duas tábuas de pedra, como as primeiras, e sobe a mim ao monte, e faze uma arca de madeira. Escreverei nas duas tábuas as palavras que estavam nas primeiras que quebraste, e as porás na arca... Então, escreveu o SENHOR nas tábuas, segundo a primeira escritura, ...”
Mais uma vez relembro que em Deuteronômio, o líder Moshê estava fazendo seus últimos discursos ao povo de Israel, já no fim da caminhada pelo deserto, às portas da Terra Prometida. Então ele conta sobre as tábuas da Lei.
É aí que entra nossa breve lição de hoje.
Da primeira vez, Moshê subiu ao monte e enquanto esperava para receber as primeiras tábuas com os 10 mandamentos, o povo não soube esperar, e acabaram fazendo o bezerro de ouro, e caindo na idolatria.
Podemos aprender duas lições: a saber esperar e que se errarmos, ainda há uma segunda chance.
Lá no deserto, Moshê, depois de quarenta dias, ao descer do Monte acabou quebrando as Tábuas, derreteu o bezerro de ouro e fez com que os filhos de Israel bebessem disso. (Êx 32:19,20)
Quando o povo peca, o líder fica revoltado, como Moshê, triste, decepcionado... mas aí vem a segunda chance.
O Eterno ordenou e novamente Moshê subiu ao monte para receber as tábuas. E HaShem reescreveu, exatamente como o que estava antes, os mandamentos. Assim, fica revelado que quando pecamos, podemos ter uma segunda chance.
Claro que a melhor coisa é não pecar, ter sempre a consciência tranquila, mas se acontecer, sempre é tempo de pegar duas tábuas, lavrar, como as primeiras e deixar que o Eterno as reescreva. Aí, amigo, a oportunidade se mostra, saiba aproveitar. Que se cumpra em todos nós as palavras do profeta Jeremias: “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Jr 31:33) Quando as tábuas da lei estiverem dentro de cada um de nós, aí estaremos nos libertando do pecado, da idolatria e de tudo que nos afasta do Eterno.
Mais uma vez relembro que em Deuteronômio, o líder Moshê estava fazendo seus últimos discursos ao povo de Israel, já no fim da caminhada pelo deserto, às portas da Terra Prometida. Então ele conta sobre as tábuas da Lei.
É aí que entra nossa breve lição de hoje.
Da primeira vez, Moshê subiu ao monte e enquanto esperava para receber as primeiras tábuas com os 10 mandamentos, o povo não soube esperar, e acabaram fazendo o bezerro de ouro, e caindo na idolatria.
Podemos aprender duas lições: a saber esperar e que se errarmos, ainda há uma segunda chance.
Lá no deserto, Moshê, depois de quarenta dias, ao descer do Monte acabou quebrando as Tábuas, derreteu o bezerro de ouro e fez com que os filhos de Israel bebessem disso. (Êx 32:19,20)
Quando o povo peca, o líder fica revoltado, como Moshê, triste, decepcionado... mas aí vem a segunda chance.
O Eterno ordenou e novamente Moshê subiu ao monte para receber as tábuas. E HaShem reescreveu, exatamente como o que estava antes, os mandamentos. Assim, fica revelado que quando pecamos, podemos ter uma segunda chance.
Claro que a melhor coisa é não pecar, ter sempre a consciência tranquila, mas se acontecer, sempre é tempo de pegar duas tábuas, lavrar, como as primeiras e deixar que o Eterno as reescreva. Aí, amigo, a oportunidade se mostra, saiba aproveitar. Que se cumpra em todos nós as palavras do profeta Jeremias: “Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.” (Jr 31:33) Quando as tábuas da lei estiverem dentro de cada um de nós, aí estaremos nos libertando do pecado, da idolatria e de tudo que nos afasta do Eterno.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
Vaetchanan... a receita que dá certo!
Ao ler a parashah de Vaetchanan (Dt 3:23 a Dt 7:11) eu me sinto como alguém que nunca fez um bolo. Qual o melhor modo de aprender? Simples! Você pega um livro de receita (ou acessa a internet e busca) e vê a receita e vai colocando os ingredientes e seguindo tudo à risca. Se fizer tudo conforme está na receita, seu primeiro bolo pode não ficar maravilhoso, mas tende a ficar bom. Por isso livros de receita são constantemente publicados e muitas pessoas os compram. Mas o que isso tem a ver com a parashah da semana? Explico:
Dt 4:1-3. Agora, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes, para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR, Deus de vossos pais, vos dá. Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que eu vos mando. Os vossos olhos viram o que o SENHOR fez por causa de Baal-Peor; pois a todo homem que seguiu a Baal-Peor o SENHOR, vosso Deus, consumiu do vosso meio.
Moisés dá aqui a receita para o povo viver, entrar e possuir a terra. Mas o que estamos fazendo aqui na Kehilah? Não é buscar a Vida Eterna, entrar e Possuir a Terra prometida? Então a receita deve ser a mesma.
Ouvir os estatutos, as leis, ensinadas por Moshê. Ouvir e cumprir. Porque ele mesmo citou o fato de Deus ter consumido aqueles que desafiaram ao Eterno, no caso de Peor, quando os homens voluntariamente (e por afronta) se uniram com as moabitas, e adoraram seus deuses. (Nm 25:1-3) Com isso, ele dizia (na receita): “Se vocês se deitarem com essas mulheres, vocês vão morrer.” Como alguém que diz... se você deixar a massa muito tempo no forno, o bolo vai queimar...
Para quem quer servir ao Eterno e almoja alcançar o Olam Habah, eis a receita certinha, dada por Moshê Rabeinu. Coloque os ingredientes certos... obediência, aplicação ao estudo da Torah, ouvir os estatutos e juízos, não ficar inventando... é certeza que no fim vai conseguir.
Agora, aquele que inventa, desvia o caminho, fatalmente irá estragar a receita e depois se perguntará: O que eu fiz de errado?
Siga a receita certa e que possamos nos encontrar no Mundo Vindouro com a certeza de que nosso bolo deu certo!
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Devarim... sapato velho.
Tem uma antiga música do Roupa Nova que dizia: “Talvez eu seja simplesmente como um sapato velho, mas ainda sirvo se você quiser, basta você me calçar que eu aqueço o frio dos teus pés.”
Devarim é o início de um novo (o ultimo) livro da Torah. Tudo que é novo a gente se empolga, mas talvez devêssemos dar mais valor ao velho. Não por isso, mas Devarim, que em português significa “Palavras” acabou levando o nome de Deuteronônio, que significa “repetição da lei”. Nesse livro, praticamente às portas da Terra Prometida, Moshê chama o povo, e lhes faz alguns discursos, relembrando o passado. Mas não seria propriamente relembrando o ocorrido com eles, porque a geração que estava ali, prontinha para entrar na terra, não era a geração que saiu do Egito. Quarenta anos se passaram. Eles precisavam saber como foram parar ali. Porquê estavam naquele lugar? Esse é um problema da nova geração, não saber dar valor ao passado, pois não viveram nele.
Moisés além de contar as histórias do deserto, falou uma coisa muito importante: “O Senhor, teu Deus, te abençoou em toda a obra das tuas mãos; ele sabe que andas por este grande deserto; estes quarenta anos o SENHOR, teu Deus, esteve contigo; coisa nenhuma te faltou.” (Dt 2:7) E qual a lição que aprendemos com isso? Muito simples. Deus sabe tudo que necessitamos e é Ele quem nos abençoa sempre, quem supre as nossas carências.
Durante todos os dias dos quarenta anos de deserto, o povo de Israel sempre teve o alimento, pois caía o maná todos os dias (exceto no shabat) e quando quiseram carne, o Eterno enviou codornas para eles prepararem como alimento. Em Dt 8:4 diz: “Nunca envelheceu a tua veste sobre ti, nem se inchou o teu pé nestes quarenta anos.” Mais uma prova que o Eterno cuida de nós! Quando você for comprar um sapato novo, dê uma olhadinha no velho, aquele mesmo que você vai jogar num fundo da sapateira, pra nunca mais usar... Lembre-se de quanto ele lhe foi útil e de quantas caminhadas ele esteve com você.
Só dá valor ao novo, aquele que sabe quanto custou o antigo. Como foi difícil chegar no novo. Nós só damos valor às coisas do Eterno se soubermos o quanto de esforço foi necessário para que a Palavra chegasse até nós.
Há uma frase comum que diz: Nada cai do céu! Sabemos que não é verdadeira, pois o maná descia do céu, mas o povo não soube valorizar. Valorize cada oportunidade de estar na presença do Eterno, cada Palavra que recebe, pois foi Ele quem nos tirou da escravidão do Egito.
Moisés, antes de sua morte, fez questão de contar à nova geração tudo que havia se passado com os israelitas durante a longa caminhada pelo deserto. Só assim, os novos dariam valor à terra.
É, talvez seu rosh seja simplesmente como um sapato velho, mas ele ainda pode aquecer seu coração com as histórias bíblicas...
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