segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mishpatim... olho por olho, dente por dente


Continuando o contexto das porções anteriores, Mishpatim (Ex 21:1 a 24:18) nos deve fazer lembrar de quando Moshe conduzia o povo e o julgava no deserto, Jetro veio e o aconselhou a dividir a responsabilidade.
Ex 18:15,16 - Respondeu Moisés a seu sogro: É porque o povo me vem a mim para consultar a Deus; quando tem alguma questão, vem a mim, para que eu julgue entre um e outro e lhes declare os estatutos de Deus e as suas leis.
Jetro, o aconselha a declarar os estatutos, e então compartilhar com o povo, escolhendo homens capazes para conduzir o povo. Mas, como liderariam sem saber das leis? Moshe precisou DECLAR-LHES OS ESTATUTOS E JUÍZOS DO ETERNO. Então começaram a falar dos mandamentos, começando pelas dez palavras... e a seguir, começam os estatutos dados ao povo. Aqui, começamos a parasha de Mishpatim...
Prmeiro, não eram só 10, são 613 mandamentos... (conforme alguns, os dez são o resumo dos 613, ou seja 6+3+1=10) que devem nortear nossa vida em todos os sentidos. São aspectos que mostram leis de casamento, educação dos filhos, negócios, propriedades, organização, limpeza, etc...

Dentre esses mandamentos há os que são fáceis de compreender, e os que são dificeis ou que aparentemente não há uma explicação lógica. Esses são os chukim (abordaremos na parasha de chukat, (Bamidbar 19:1 a 22:1) Em Mishpatim, os estatutos são claros. Por exemplo:
- Assassinato = condenação por morte (Ex 21: 12-14)
- amaldiçoar pai e mãe = condenação por morte (Ex 21:17)

Mas em Ex 21:24-25 temos a famosa expressão: Olho por olho, dente por dente, mão por mão, ferida por ferida... qual a explicação para isso? Prova que podemos nos vingar?
Para quem analisar o contexto, trata-se de aspectos de justiça. Quer dizer, se você ferir alguém e essa pessoa ficar cega de um olho, você pagará o dano da perda de um olho. Ferida por ferida, você terá que pagar pelo dano causado, cobrir o prejuízo alheio, causado por ti. NADA, ABSOLUTAMENTE NADA tem a ver com a idéia de que se a pessoa feriu meu olho, eu vou lá e tenho o direito de deixá-la cega também. Como Yeshua explicou?

Mt 5: 38,39 Ouvistes que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu, porém, vos digo: não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra. Se te pedirem a túnica, dá também a capa...

Isso quer dizer: se a pessoa quiser que voce dê uma túnica (por causa do prejuízo que ela levou) dá também a capa. Se ele for perverso e te cobrar mais (do que o prejuízo levado) dê mais, faça mais, seja mais justo. Essa é a visão correta.

Da próxima vez que você sentir que prejudicou alguém, procure ressarcir além do exigido. Se atropelar alguém, cubra os gastos e ainda pague a mais, com um senso de justiça maior. Seja mais justo! (Leia Mt 5:20)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Yitro - Honra aos líderes? Pra quê?


A Parashah de Yitro (Êx 18:1 a Êx 20:26) tem um dos textos mais conhecidos por todos os que dizem servir ao Eterno. Foi até tema de filmes de Hollywood, com atores consagrados: Os dez mandamentos. Só por isso já torna-se obrigatório falar da importância desses mandamentos na vida de todos os israelitas. Mas tem um aspecto interessante logo no início dessa parashah que acaba ficando esquecido quase sempre. Vejamos:
“Vindo, pois Jetro, o sogro de Moisés, com seus filhos e com sua mulher a Moisés, no deserto, ao monte de Deus, onde se tinha acampado, disse a Moisés: Eu, teu sogro Jetro, venho a ti, com tua mulher e seus dois filhos com ela.” (Êx 18:5,6)
Na porção passada já vimos que o povo reclamava de Moshe, pedindo pão, carne, água, e o próprio Moisés disse: “mais um pouco e me apedrejarão!” (Êx 17:4) Agora medite:
Moisés guiava o povo, resolvia os problemas, fica de manhã até a tarde resolvendo os problemas deles, e ainda assim não lhe davam o devido valor. Ainda hoje isso acontece, quando líderes da CINA viajam, ficam longe da família, atendendo problemas do povo, cuidando de cada caso, e são muitas vezes desrespeitados, desonrados, etc...
É tempo de acordar e ver que Moisés, para cuidar do povo de Israel, abriu mão de ficar com a esposa e os filhos. Você já leu na Torah quantas vezes as pessoas vinham até ele, agradecendo, reconhecendo seu mérito por ter tirado o povo da escravidão do Egito? Gratidão é algo em falta desde os tempos de Moshe Rabenu, mas hoje é visível a falta de consideração, honra e respeito.
Mas será que Yeshua deu algum valor a isso? Veja o recado dele em Lc 17:11-19 e tire suas próprias conclusões: “Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória ao Eterno, senão este estrangeiro?”
Pense na honra devida aos líderes e de que lado dos dez leprosos curados você está: dos nove que se esqueceram ou do único que voltou agradecendo!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Beshalach - Celebrando as vitórias de cada dia


“Então, Miriã, a profetisa, a irmã de Arão, tomou o tamboril na sua mão, e todas as mulheres saíram atrás dela com tamboris e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao SENHOR, porque sumamente se exaltou e lançou no mar o cavalo com o seu cavaleiro.” (Êx 15:20,21)
A parashah de Beshalach (Êx 13:17 a 17:16) vem na sequência da celebração de Pessach e traz a saída dos israelitas do Egito. Quando eles acabaram de cruzar o mar Vermelho e os egípcios pereceram ali, Miriã sai com tamboris e danças e todas as mulheres a seguem. Que lição temos disso? Muitas! Mas por hora falaremos de uma única: saber celebrar vitórias!
De que valeria ser celebrar a vitória se eles ainda teriam 40 anos de caminhada no deserto? Se Miriã soubesse que morreria ainda no deserto, será que ela sairia dançando? A grande questão é saber que vencemos uma coisa de cada vez. O que virá depois é outra história.
Quando a esposa fica grávida, o marido se alegra, faz festa. Quando o bebê nasce, é outra festa. Quando dá os primeiros passos, aprende a andar, é só alegria. Depois deixamos de celebrar.
Quando sabemos valorizar UMA vitória de cada vez, é mais gostoso viver! Os objetivos são alcançados mais facilmente.
Aprenda a comemorar quando seus filhos entram na escola, aplauda cada nota boa tirada nas provas escolares, celebre quando são aprovados no fim do ano. Isso gerará neles um desejo de buscar mais... assim, um dia, ele passará num vestibular, se formará, etc...
De outro lado, celebre o bar mitsvá, comemore a primeira leitura da torah, cada vez que eles aprenderem a fazer uma brachah, o shemah, etc... quando seu filho buscar o casamenteiro, quando se casar sob uma chupah, etc...
Suas vitórias também são importantes. Você pode não saber hebraico, mas conhecer as letras do alefbet é o primeiro passo, primeira vitória. Depois as primeiras palavras, e por aí vai.
Não celebre só o fim, mas cada passo à vitória. Essa é a lição maior ensinada por Miriã que, simplesmente ao cruzar o mar, já saiu dançando. Dance, celebre as vitórias também.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Bô - Derrotados que se acham vencedores


A porção da Torah dessa semana é chamada de Bô (significando VAI) e compreende os textos de Êxodo 10:1 até 13:16. Vai, porque depois de sete pragas sobre o Egito, o Eterno chamou a Moisés, e ordenou que ele novamente fosse até o faraó pra avisar sobre mais um praga, a dos gafanhotos. Nesse ponto é que vemos algo muito recorrente nos dias de hoje: reconhecer a derrota.
Muitas pessoas não sabem perceber que PERDERAM e esse foi o caso do faraó. Já no primeiro sinal, quando a vara de Arão se tornou em serpente e então os encantadores de faraó fizeram o mesmo. Só que o faraó não se deu conta da derrota, quando a serpente de Arão tragou as dos servos de faraó. (Êx 7:10-13)
Nessa porção, diante de mais uma praga, os próprios servos do faraó o avisaram: “Até quando este nos dá de ser por laço? Deixa ir os homens para que sirvam ao Senhor, seu Deus; AINDA NÃO SABES QUE O EGITO ESTÁ DESTRUÍDO?”
Vivemos exatamente a mesma situação hoje, quando alguns, de maneira muito evidente estão derrotados, e ainda assim, acham-se vencedores. Pena que para os tais, não existem os servos capazes de avisar: “Ei, você não se deu conta de que foi derrotado?”
Infelizmente para os tais ocorre o mesmo que ocorreu com faraó, a sequência das pragas, culminada com a morte dos primogênitos, não sem antes os gafanhotos devorarem tudo, vindo a seguir um período de escuridão total. Mas para nós, a sequência é a celebração de Pessach, comendo um carneiro assado e comemorando a saída do Egito.
Devemos ser gratos ao Eterno por Ele nos conceder a liberdade do Egito e por hoje, de olhos bem abertos, observarmos as vitórias que HaShem nos tem propiciado. Liberdade! Alegria! Certeza da vitória e da recompensa do Olam HaBah!