terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lech Lecha - A beleza do conhecimento de Deus





“Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós 3:7)

A parashah de Lech Lecha mostra aspectos interessantes desde o chamado de Abrão, a bênção, o dízimo entregue a Melquisedeque, etc... mas neste segundo ciclo (Gn 14:1 a 15:21) me chamou a atenção o fato de o Eterno ter prometido a Abrão um filho, e que a semente de Abrão seria incontável como as estrelas do céu (Gn 15:4,5). E Abrão creu no Eterno, creu nessa promessa, e isso foi-lhe imputado por justiça. 

Acontece que na sequência da conversa entre ambos, D-us diz a Abrão: “Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.” (Gn 15:13)
Ali, D-us revela um pouco do futuro da descendência de Abrão e daquilo que eles passariam (e passaram) durante o tempo de aflição no Egito. 

Mas e daí? Daí que desde os tempos do patriarca já se cumpria a palavra dada ao profeta Amós, de que o Eterno não faria nada sem revelar antes aos Seus profetas. 
Muita coisa a bíblia nos traz, muitas profecias e é preciso estar atento a elas, bem como àquilo que nossos líderes falam, eles são os que hoje nos trazem a revelação da profecia. 

Na semana passada tivemos em nosso escritório, estudos relevantes, com Rosh Yishai, Rosh Ezrah, chaver Sion e eu, sobre dois temas muito importantes de se entender hoje. Ao fim do estudo, lamentamos não termos gravado a discussão, pois foi muito esclarecedora. É a palavra de D-us abrindo nossas mentes para uma melhor compreensão; compreensão esta que será passada aos membros no devido momento, como tem sido até aqui. (Ninguém precisa se preocupar, não falo nada de mudança de doutrina, de besteiras como “deixar de crer em Yeshua” ou algo semelhante) 

O que me chama a atenção é o quanto de valor damos a tais lições. Quando alguém falta às reuniões no shabat, quando deixa de valorizar os estudos, quando se julga tão sabedor quanto a liderança, isso só revela o desconhecimento, despreparo e presunção de uma “falsa sabedoria”. 

Pirkê Avot 5:9 diz que sete coisas distinguem o sábio do ignorante: 
• o sábio não fala e presença de quem o ultrapasse em ciência ou em idade. 
• o sábio nunca interrompe quem fala.
• não responde com precipitação
• interroga com método e responde com precisão
• discute os assuntos na ordem em que são postos
• quando não compreende algo, confessa tal fato com franqueza
• curva-se ante a verdade
Já o ignorante, faz exatamente o contrário. E como tem gente ignorante hoje em dia. 

Enquanto a teshuvah avança no conhecimento do D-us de Israel e de nossa responsabilidade, vemos pessoas que estão ficando para trás dia-a-dia, porque não fazem questão de aprender, não querem se assentar junto aos sábios de nosso povo, se julgam cheios de conhecimento, mas ao abrirem os lábios revelam ignorância absoluta, mas ainda assim querem discutir e argumentar (ainda que não tenham argumentos com um mínimo de consistência) 

É  preciso de nossa parte sempre termos humildade, irmos de encontro às palavras ditas por nossos sábios, pois são eles quem nos trazem a “revelação divina” e cumprirmos o que diz o texto do Pirkê Avot: “não falar na presença de quem tem mais conhecimento e idade.” Porque quem fica calado, aprende! 
Quem se recusa a ficar num serviço do shabat porque o “pregador já está velho e repetitivo” ou “porque não tem mais nada para aprender com tal pregador” age com ignorância e desrespeito e além de tudo já está transgredindo o shabat, pois deixa de santificar o dia apenas porque não gosta desse ou daquele pregador e ignora o fato de que se formos humildes podemos aprender com todos. 

Vale a pena estar na Kehilah a cada shabat, vale a pena ouvir as prédicas (ainda que as julguemos repetitivas) e vale a pena respeitar os líderes de nossa comunidade, porque com tais atitudes iremos compreender os desígnios divinos para nossa vida, e isso nos acrescentará em sabedoria. 

Caso contrário, ao abrirmos nossos lábios, teremos palavras tão sabias quanto às do cidadão do video acima. 

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