quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Vayetze e a retribuição certa... não há espaço para espertinhos



“Recompensou-me o SENHOR conforme a minha justiça e retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos. Pelo que me retribuiu o SENHOR conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.” (Sl 18:20,24)

Vayetze (Gn 28:10 a Gn 32:3) traz o relato de parte da vida de Jacó, com seu casamento, o nascimento dos filhos e sua relação com o sogro Labão. Especificamente aí que entra a meditação desse ano. 
Labão era um homem muito apegado ao dinheiro, (desde quando sua irmã Rebeca se casara com Isaque, ele já olhava pro dinheiro, Gn 24:29-31) e havia enganado Jacó algumas vezes, pois procurava sempre “passar o genro para trás”.
Sim, há momentos é verdade, em que, assim como Jacó, somos passados para trás por pessoas, que se aproveitam de nossa índole, de nossa generosidade ou ingenuidade. 
O que devemos fazer nesse momento? Nada! Seguirmos em frente!

Em nosso shacharit (oração matinal) rezamos o Yigdal, e nele diz: “(D-us) Recompensa os bons segundo seus merecimentos; Pune os maus, segundo sua maldade” e é D-us quem fará justiça em toda e qualquer situação. 
Quando planejamos nos “vingar” e “passarmos o outro pra trás” nos fazemos semelhantes aos nossos malfeitores. 

Sempre cito exemplos de oportunidades práticas, de quando somos lesados por distração, como troco errado, preço de um produto mais alto no caixa do que na gôndola, postos de gasolina que colocam menos combustivel do que registram, vendem um carro com defeito e não informam, etc... mas o Eterno observa a tudo. Não sei qual a sensação positiva a de “fraudar” alguém, mas imagino a sensação de não dormir em paz quando tal coisa acontece. 

Quando fazemos um acordo, vendemos ou compramos, acertamos recisão de contrato nos empregos, etc... é muito importante que honremos com nossa palavra, ainda que da outra parte sejamos lesados. 

Foi o que aconteceu com Jacó. Dez vezes Labão o engana, muda o combinado, e em Gn 31, quando a relação já não era boa entre eles, temos: “Vós mesmas sabeis que com todo empenho tenho servido a vosso pai; mas vosso pai me tem enganado e por dez vezes me mudou o salário; porém Deus não lhe permitiu que me fizesse mal nenhum. Se ele dizia: Os salpicados serão o teu salário, então, todos os rebanhos davam salpicados; e se dizia: Os listados serão o teu salário, então, os rebanhos todos davam listados. Assim, Deus tomou o gado de vosso pai e mo deu a mim.” (Gn 31:6-9)

Alguém pode dizer que isso era “sorte mudando de lado” ou coisa semelhante, mas nos versos seguintes, o anjo de D-us fala com Jacó: “Levanta, agora, os teus olhos e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te fez.Eu sou o Deus de Betel, onde tens ungido uma coluna, onde me tens feito o voto..” (vs 12,13)

Jacó contava todo esse relato às suas esposas, Raquel e Leah, e ambas ficaram ao lado do marido, pois entenderam o quanto o pai delas havia os lesado. Elas mesmas se sentiram prejudicadas pelo próprio pai. 

Esse texto de Salmos, 18:20-24, o rei Davi faz referência a Deus em sua bondade, retribuindo por sua forma de agir. Quando Saul intentava prejudicá-lo e até mesmo matá-lo, e Davi teve a oportunidade de ter o rei em suas mãos, Davi soube se conter e preservar a vida do rei. Nessa hora, Davi disse: 
“Pague, porém, o SENHOR a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia entregado, hoje, nas minhas mãos, porém eu não quis estendê-las contra o ungido do SENHOR. Assim como foi a tua vida, hoje, de muita estima aos meus olhos, assim também seja a minha aos olhos do SENHOR, e ele me livre de toda tribulação. Então, Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois grandes coisas farás e, de fato, prevalecerás. Então, Davi continuou o seu caminho, e Saul voltou para o seu lugar.”  (1 Sm 25:23-25) 

Eu amo esse relato, pois é quando temos a oportunidade de retribuir todo o mal que alguém nos faz e não o fazemos é que mostramos nossa grandeza, nossa personalidade e permitimos que D-us esteja no comando de tudo. Tudo pertence a Ele, e Ele vê a todas as pessoas, inclusive aquelas que nos querem mal quando nada fazemos para prejudicá-las. 
E é esse mesmo D-us quem retribui a cada um conforme seus merecimentos... Que Ele encontre em nós méritos para recebermos da sua bondade e misericórdia. Aos que nos querem mal, que D-us também os retribua em justa medida sempre. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Chayeh Sarah - Cada um tem seu tempo



“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou;” (Ec 3:1,2)

Nesse último shabat estive em Imbituba/SC e fui incumbido de explanar a parashah; até aí tudo normal, já fiz isso centenas de vezes, mas como sempre acontece, eu estava preparado, com o tema do casamenteiro na ponta da língua e aí D-us me leva a falar sobre outros temas, e começamos a falar sobre o tempo de cada pessoa. Aqui, coloco um pouco daquilo que foi a minha meditação sobre Chayeh Sarah.

Nem todos temos a habilidade de lidar com as situações da vida de forma igual. Uns conseguem reagir muito rápido e estão preparados para determinadas situações (e despreparados para outras) como a morte. Já perceberam que sempre quando morre alguém, tem sempre uma pessoa que corre atrás de tudo enquanto ou outros podem chorar? Louvo a D-us por essas pessoas, práticas, e que engolem seu sofrer e permitem que outros vivam mais intensamente seus momentos de dor. 

Chayeh Sarah relata a morte de duas pessoas especiais: Sarah e Abraão. Primeiro ela, esposa do patriarca, viveu décadas ao lado dele, e faleceu aos 127 anos. (Gn 23:1-20)
Abraão havia vivido intensamente com sua companheira, que o acompanhou desde Harã, passou pelo Egito, era estéril e por amor ao marido permitiu que ele se deitasse com Agar para que nascesse-lhe um filho, depois foi abençoada com o nascimento de Isaque, quando ela já tinha 90 anos de idade. E de repente, ele se viu sozinho, sem sua companheira. O que Abraão fez? 

Nosso patriarca, chorou a morte dela, mas foi forte e foi negociar um lugar para sepultar sua esposa, e achou Machpelah, em Hebron. Mas ele tinha um filho, Isaque, com 37 anos, e teve que seguir a vida. Isaque, o filho único pranteou a mãe, e por quanto tempo? 

A bíblia diz em Gn 24:67: “E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe, Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim, Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.” 
Isaque tinha 40 anos quando se casou (Gn 25:20) e foi aí que ele foi consolado, três anos depois da morte de Sarah. O que isso nos ensina? Ensina que cada um reage diferente a situações da vida, e que é preciso saber respeitar as pessoas, especialmente em seus momentos de dor. 

Como pode alguém chegar e dizer algo assim: “Ah! Chega de chorar, já deu... seu marido/filho/pai/mãe... já morreu faz tanto tempo e você ainda chora? Acorda pra viver!” 
Cada pessoa leva o tempo certo pra curar suas feridas e só ela sabe a dor que sente. Ou você acha que a pessoa sofre porque gosta de chorar, gosta que os outros lhe olhem com pena, como se auto-comiseração fosse agradável...?

Não! Ninguém gosta, ninguém quer sofrer, ainda mais a perda de alguém importante. 

Alguns precisam ser fortes, engolirem o choro e fazerem o trabalho, mas isso não significa que são insensíveis, ou fortes demais... vejamos só alguns exemplos:

• Aharon: Depois da morte de seus dois filhos (não importa se fizeram certo ou errado) Moisés, seu irmão chega e diz: “ Isto é o que o SENHOR falou, dizendo: Serei santificado naqueles que se cheguem a mim e serei glorificado diante de todo o povo. Porém Arão calou-se.” (Lv 10:3) e aí segue: “Não descobrireis as vossas cabeças, nem rasgareis vossas vestes, para que não morrais, nem venha grande indignação sobre toda a congregação; mas vossos irmãos, toda a casa de Israel, lamentem este incêndio que o SENHOR acendeu.” (Lv 10:6)
Moisés era tio de Nadabe e Abiu, e Aharon simplesmente o pai... e não puderam lamentar, “curtir” o sofrimento, como qualquer outra pessoa. Literalmente, engoliram o choro.

• Davi: O grande rei teve que lidar com morte de filhos. Por seu filho com Bate-Seba, o rei chorava pela cura,  jejuava, clamava ao Eterno, mas quando o pequeno morreu, Davi se levantou e foi comer. Já não tinha mais o que fazer. Então, o rei se levantou, trocou de vestes, e comeu, indo depois consolar a Bate-Seba. (2 Sm 12)  
Mais tarde, outro filho do rei, Absalão, foi morto. Absalão era rebelde, se levantou contra o reinado do próprio pai, etc... e quando o rei soube de sua morte, chorou muito, a ponto de ser repreendido por Joabe. (2 Sm 18 e 19) 

Há outros relatos de períodos e reações diferentes por parte dos personagens bíblicos em situações como a morte. O importante e a lição que nos deve ficar hoje disso é que precisamos respeitar o sentimento alheio, porque tá tempo para todas as coisas debaixo do céu... tempo de chorar, de rir, de nascer, morrer e cada um sabe sua própria dor. 

Voltando à parashah, no fim, vemos que Abraão voltou a se casar e D-us lhe deu outros filhos, com sua esposa Quetura. Enfim, Abraão retomou a vida, ainda que quando Sarah faleceu ele já tivesse 137 anos de idade. Sempre é tempo de retomarmos a vida depois de um grande baque.

Um abraço, com muito respeito, a todos aqueles que hoje sofrem por ter perdido alguém a quem amavam (e ainda amam).

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Vaiera - Ló e as escolhas da vida



“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos procurarão entrar e não poderão..” (Lc 13:24)

Neste segundo ciclo de Vaiera (Gn 19:1 a 20:18) vemos os anjos que visitaram Ló, e um assunto óbvio pode ser a atitude dos sodomitas, que queriam fazer abusar sexualmente dos visitantes, e ainda que Ló tivesse oferecido suas filhas virgens, o desejo dos homens era  o mal contra os anjos. Mas como não gosto de falar do óbvio, vamos meditar um pouco sobre as escolhas que fazemos na vida. 

No princípio da humanidade, alguns homens fizeram a opção de buscar ao Eterno, de invocá-Lo e de se aproximarem do Criador. Em Gn 4:26 a Torah fala de Enosh, filho de Shet, filho de Adam e a partir de então começou a se invocar o nome do Eterno. 
De Enosh, na quarta geração nasceu Enoch (Enoque) e este “andava com Deus”, de acordo com Gn 5:22. E de Enoque veio Metusalém, de Metusalém veio Lameque e deste nasceu Noach. Noach era um homem justo e que andava com Deus, assim como Enoch, seu bisavô. 
A partir de Noach, sabemos que veio o dilúvio e foram consumidos os homens e restou apenas a família de Noach. Seus três filhos (e esposas) passaram um ano com o pai dentro  da arca, e ao descerem Cam acabou amaldiçoado por descobrir a nudez do pai. E assim seguiu a humanidade até que chegamos a Abraão, e por meio dele, Deus fez um pacto e deu-se origem ao povo de Israel, a nação escolhida por Deus. 

Mas por qual razão falamos disso? 
- Primeiro, para entendermos que individualmente os homens podiam escolher se achegarem a Deus, desde o princípio. 
- Segundo, mesmo sendo filhos de homens justos, como Enosh ou Noach, isso não significa que os descendentes seriam tsadikim, mas tinham a livre escolha, e por isso, Cam escolheu envergonhar seu pai.
- Terceiro, com Abraão, veio o povo escolhido por Deus, e através dele e sua descendência seriam abençoados (ou amaldiçados) todas as nações da terra. 

Ok! Agora chegamos a Ló. Este era sobrinho de Abraão e escolheu por acompanhar o tio, quando Abraão tinha setenta e cinco anos de idade e saiu de Harã e do meio dos parentes para seguir ao Eterno. 
Ló fez uma boa escolha, ao seguir seu tio, mas aí eles o Eterno lhes concedeu de enriquecerem. Os pastores, funcionários deles, brigaram entre si e Abraão sugeriu que se separassem, e Ló poderia escolher o caminho para onde ir.

E Ló se deixou seduzir pelo belo campo que conduzia às campinas do Jordão, e chegava até Sodoma (Gn 13:10,11) e já se sabia que os habitantes de Sodoma eram grandes pecadores diante de Deus. (Gn 13:13)

As escolhas aparecem diante de nossos olhos a cada momento, e sempre há o mau caminho, sedutor e perigoso, e também há o caminho bom, seguro, mas há também o caminho excelente. Qual seria o caminho  melhor para Ló?
• O mau caminho, escolhido por ele, levava até Sodoma. Sim, Ló prosperaria pela boa terra, mas isso o levou a grandes problemas, ser levado cativo, perder família, e ainda ser embebedado pelas próprias filhas, que cometeram incesto.
• O bom caminho, não escolhido, seria ficar longe de Sodoma, e escolher o outro lado, evitando problemas futuros.
• O caminho excelente, seria mandar embora seus pastores briguentos e optar por ficar ao lado do tio Abraão, o homem da promessa de Deus. Quantas vezes deixamos de estar ao lado dos “homens da promessa” e vamos em busca de interesses pessoais errados e sofremos as consequências disso?

Fato é que nem sempre acertaremos nas escolhas que fazemos, mas podemos nos redimir de nossos erros, primeiramente os reconhecendo, corrigí-los e depois aprender a fazer as escolhas certas. 

Os anjos de Deus vieram até Ló para anunciarem a destruição de Sodoma, mas vemos que Ló estava sentado à porta da entrada de Sodoma (Gn 19:1). Ló podia negociar, estar perto, até conviver com os homens daquela cidade, mas quando eles planejaram o mal contra os anjos, veja o que a Torah diz: “Eles, porém, disseram: Retira-te daí. E acrescentaram: Só ele é estrangeiro, veio morar entre nós e pretende ser juiz em tudo? A ti, pois, faremos pior do que a eles. E arremessaram-se contra o homem, contra Ló, e se chegaram para arrombar a porta.” (Gn 19:9) 
Ninguém considerava Ló seu amigo de verdade; para eles, Ló continuava a ser apenas um estrangeiro. Podemos até acreditar que encontraremos amizade no mundo, mas no momento que lhes for propício, eles se voltarão contra nós, nos abandonarão e farão o mal contra nós. Vale a pena? 

Que Deus nos dê boas escolhas, boas amizades, pessoas sinceras e que busquem ao Eterno, assim como Enosh, Enoque, Noach, Abraão, e que possamos cada dia mais nos firmarmos dentre o povo de Israel, como o povo escolhido do Eterno. Que diante de situações, nossas escolhas não sejam para a beleza dos campos que levam a Sodoma, mas pela companhia dos homens que nos levam a Deus. 

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Lech Lecha - A beleza do conhecimento de Deus





“Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Amós 3:7)

A parashah de Lech Lecha mostra aspectos interessantes desde o chamado de Abrão, a bênção, o dízimo entregue a Melquisedeque, etc... mas neste segundo ciclo (Gn 14:1 a 15:21) me chamou a atenção o fato de o Eterno ter prometido a Abrão um filho, e que a semente de Abrão seria incontável como as estrelas do céu (Gn 15:4,5). E Abrão creu no Eterno, creu nessa promessa, e isso foi-lhe imputado por justiça. 

Acontece que na sequência da conversa entre ambos, D-us diz a Abrão: “Sabe, com certeza, que a tua posteridade será peregrina em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos.” (Gn 15:13)
Ali, D-us revela um pouco do futuro da descendência de Abrão e daquilo que eles passariam (e passaram) durante o tempo de aflição no Egito. 

Mas e daí? Daí que desde os tempos do patriarca já se cumpria a palavra dada ao profeta Amós, de que o Eterno não faria nada sem revelar antes aos Seus profetas. 
Muita coisa a bíblia nos traz, muitas profecias e é preciso estar atento a elas, bem como àquilo que nossos líderes falam, eles são os que hoje nos trazem a revelação da profecia. 

Na semana passada tivemos em nosso escritório, estudos relevantes, com Rosh Yishai, Rosh Ezrah, chaver Sion e eu, sobre dois temas muito importantes de se entender hoje. Ao fim do estudo, lamentamos não termos gravado a discussão, pois foi muito esclarecedora. É a palavra de D-us abrindo nossas mentes para uma melhor compreensão; compreensão esta que será passada aos membros no devido momento, como tem sido até aqui. (Ninguém precisa se preocupar, não falo nada de mudança de doutrina, de besteiras como “deixar de crer em Yeshua” ou algo semelhante) 

O que me chama a atenção é o quanto de valor damos a tais lições. Quando alguém falta às reuniões no shabat, quando deixa de valorizar os estudos, quando se julga tão sabedor quanto a liderança, isso só revela o desconhecimento, despreparo e presunção de uma “falsa sabedoria”. 

Pirkê Avot 5:9 diz que sete coisas distinguem o sábio do ignorante: 
• o sábio não fala e presença de quem o ultrapasse em ciência ou em idade. 
• o sábio nunca interrompe quem fala.
• não responde com precipitação
• interroga com método e responde com precisão
• discute os assuntos na ordem em que são postos
• quando não compreende algo, confessa tal fato com franqueza
• curva-se ante a verdade
Já o ignorante, faz exatamente o contrário. E como tem gente ignorante hoje em dia. 

Enquanto a teshuvah avança no conhecimento do D-us de Israel e de nossa responsabilidade, vemos pessoas que estão ficando para trás dia-a-dia, porque não fazem questão de aprender, não querem se assentar junto aos sábios de nosso povo, se julgam cheios de conhecimento, mas ao abrirem os lábios revelam ignorância absoluta, mas ainda assim querem discutir e argumentar (ainda que não tenham argumentos com um mínimo de consistência) 

É  preciso de nossa parte sempre termos humildade, irmos de encontro às palavras ditas por nossos sábios, pois são eles quem nos trazem a “revelação divina” e cumprirmos o que diz o texto do Pirkê Avot: “não falar na presença de quem tem mais conhecimento e idade.” Porque quem fica calado, aprende! 
Quem se recusa a ficar num serviço do shabat porque o “pregador já está velho e repetitivo” ou “porque não tem mais nada para aprender com tal pregador” age com ignorância e desrespeito e além de tudo já está transgredindo o shabat, pois deixa de santificar o dia apenas porque não gosta desse ou daquele pregador e ignora o fato de que se formos humildes podemos aprender com todos. 

Vale a pena estar na Kehilah a cada shabat, vale a pena ouvir as prédicas (ainda que as julguemos repetitivas) e vale a pena respeitar os líderes de nossa comunidade, porque com tais atitudes iremos compreender os desígnios divinos para nossa vida, e isso nos acrescentará em sabedoria. 

Caso contrário, ao abrirmos nossos lábios, teremos palavras tão sabias quanto às do cidadão do video acima.