segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Ki Tetsê e algo que devemos nos lembrar

 
 
Dt 24:8,9 - Guarda-te da praga da lepra e tem grande cuidado de fazer conforme tudo o que te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o fazer. Lembra-te do que o SENHOR, teu Deus, fez a Miriã no caminho, quando saíste do Egito.
 
Aproveitando que estamos no mês de Elul e é tempo de reflexão e arrependimento, a parashah de Ki Tetsê nos traz um “toque do shofar”, um alerta, para termos cuidado com a praga da lepra.
 
Uma rápida busca na internet por definições de lepra, encontramos: “A lepra, também chamada de Hanseníase, é uma doença de pele que afeta os nervos causando grandes danos. Ela é transmitida pelas secreções do indivíduo contaminado pelo simples fato de falar, tossir ou espirrar.”
 
Na verdade a praga bíblia da lepra, não é propriamente a mesma doença moderna chamada Hanseníase, mas causava certamente o mesmo medo. Como o verso diz, essa bíblica era uma “PRAGA” que vinha pelo “simples falto de falar”, mas falar o quê mesmo? Lashon Hará!
É disso que estamos falando, foi isso que ocorreu com Miriã, irmã de Moshê! É disso que a Torah nos recomenda a lembrar. Então vamos recordar:
 
Lá estava Moshê, homem santo, guiando o povo na difícil caminhada pelo deserto, cheio de problemas, e de repente sua irmã se achou no direito de criticá-lo.
Que mal há nisso né? É uma “crítica construtiva”.
Miriã encontrou apoio no irmão mais velho Aharon! E lá foram os dois falar com Moisés. Engraçado que o texto bíblico vinha falando de coias que nada tinham a ver com o que aconteceu.
 
De repente aparece ela falando contra a tal mulher cuxita de Moisés. E é exatamente assim que acontece... do nada, a pessoa na mais absoluta falta do que falar, ao invés de ficar calada, abre a boca pra criticar a roupa do fulano, o cabelo do outro, a esposa que Moisés escolheu... e aí se arrebenta!
 
Como já estava falando mal mesmo, então vamos falar de uma vez, e lá estavam os dois irmãos, falando mal de Moisés: “Por acaso o Senhor falou somente por Moisés? Não falou também através de nós?” Ah, o Eterno ouviu isso!
 
O problema é que o Eterno SEMPRE ouve!
 
Moisés continuou ali, na dele, manso, o mais manso dos homens. Ele deixou rolar...
E foi Deus quem agiu, ordenando que os três saíssem à Tenda, e lá foi que Miriã e Arão viram a ira do Eterno se acender contra eles, e aí entra a tal da “praga da lepra”.
 
Miriã ficou leprosa, e Arão, muito do esperto, se arrependeu, fez teshuvah, e reconheceu que fizera um grande erro e disse: “Não ponhas sobre nós este pecado, que fizemos loucamente e com que havemos pecado.” Só que atente bem para quem ele disse isso: “Arão disse a Moisés: Ah! Senhor meu!”
 
Num instante, Moisés era alvo de críticas, no momento seguinte, virou “senhor meu”
O resultado dessa situação foi que Miriã ficou leprosa, Moshê teve que rogar ao Eterno por ela, mas no fim, ela teve que ficar sete dias envergonhada, afastada do arraial, longe do povo, para não os contaminar. Que triste!
 
Já que estamos em Elul, lembre de Miriã, não custa nada e isso fará com que tenhamos o cuidado de fazer conforme tudo que nos ensinaram os sacerdotes.
Fazer Lashon Hará, ser maledicente não compensa, além de que faz com que fiquemos com a pele feia por conta da lepra.
 
Por hoje, meditemos em alguns versículos e não nos esqueçamos de Miriã.
 
Pv 26: 20,22 - Sem lenha, o fogo se apagará; e, não havendo maldizente, cessará a contenda...As palavras do maldizente são como deliciosos bocados, que descem ao íntimo do ventre.
 
Pv 21:23 - O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma.
 
Tg 3: 3-10 Ora, nós pomos freio nas bocas dos cavalos, para que nos obedeçam; e conseguimos dirigir todo o seu corpo. Vede também as naus que, sendo tão grandes e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa. Assim também a língua é um pequeno membro e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniqüidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas-feras como de aves, tanto de répteis como de animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: de uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.
 
Não convém que isto se faça assim. Usemos a língua para o bem, uma vez que o Eterno nos tem dado a dádiva de podermos falar. Como diz o salmista: “Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proferirá o teu louvor.” (Sl 51:15)

Um comentário:

malachi ben Yoel disse...

Excelentes palavras Rosh Moshê