A parashah de Vaierah compreende o texto de Gn 18:1 a Gn 22:24.
Gn
18:20-22 Disse mais o SENHOR: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se
multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito. Descerei e verei se, de
fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que é vindo até mim; e, se
assim não é, sabê-lo-ei. Então, partiram dali aqueles homens e foram para
Sodoma; porém Abraão permaneceu ainda na presença do SENHOR.
Porque
era hora dele INTERCEDER pelos demais homens.
HaShem
havia acabado de dizer a Abraão que iria ver o que acontecia em Sodoma. Será
que o Eterno não sabia o que se passava? Ele sabe, sempre sabe tudo!
Nos
versos 17 e 18, Ele diz: “Ocultarei eu a Abraão o que faço, visto que Abraão
certamente virá a ser uma grande e poderosa nação e nele serão benditas todas
as famílias da terra?”
Qual
era a intenção do Eterno ao falar a Abraão sobre Sodoma? A verdade é que nosso
patriarca poderia ficar calado, pois o próprio Deus havia acabado de lhe dizer
que ele seria uma poderosa nação. Deixa o Eterno destruir Sodoma, eles terão o
que plantaram. Bem feito, diriam alguns!
Mas
não, nosso patriarca sempre foi superior, sempre foi bom, generoso e não, não
se achava o “ungido do Eterno, o único” e por isso, ele intercedeu junto ao
Pai, dizendo: “destruirás também o justo com o ímpio?”
Aí
começou a pedir ao Eterno que poupasse a cidade, por amor dos justos que lá
havia. Começou com cinquenta, depois quarenta e cinco, quarenta, até chegar a
dez, mas nem sequer dez justos haia, infelizmente.
O
que difere o justo dos demais é que o justo não se coloca na posição superior.
Abraão, ao interceder pelos homens dizia: “me atrevo a falar com o Senhor,
ainda que sou pó e cinza”
Situação
semelhante viveu Moshe Rabenu, quando o Eterno propôs-se a destruir os
israelitas. Então nosso justo mestre dizia: “Ora, este povo pecou pecado
grande, fazendo para si deuses de ouro. Agora, pois, perdoa o seu pecado; se
não, risca-me, peço-te, do teu livro que tens escrito.” (Êx 32:31,32)
Pouco
antes, o Eterno, diante do pecado do povo, fez uma tentadora proposta a Moshê.
Vou destruir o povo, e fazer uma nova e grande nação a partir de ti. E nosso
líder conseguiu demover o Eterno de tal pensamento. (Êx 32:9-14)
Sinceramente,
quem de nós seria capaz de tal ato? Quem de nós seria JUSTO COMO MOSHÊ? Ou como
Abraão?
Talvez
fôssemos como Jonas, o profeta, que se negava a pregar a Nínive porque sabia
que D-us era misericordiosoe perdoaria o pecado do povo. O livro de Jonas nos
ensina muito sobre o que somos e o que deveriamos ser.
Muitas
vezes ficamos chateados por causa da aboboreira que nos faz sombra, mas não
movemos uma palha em defesa dos pecadores. Talvez porque nos achemos justos e
merecedores, enquanto os outros são “grandes pecadores diante do Eterno”. Vá
além, seja Abraão, seja Moshê.
Porque um
certo sábio chamado Yeshua disse: “se a vossa justiça não em muito a dos escribas e fariseus, de
maneira nenhuma entrareis no reinos dos céus.” (Mt 5:20) Ele mesmo dizia: “não
vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”(Lc 5:32)
A ilustração acima traz uma imagem representativa da estória do fariseu e do publicano. Ela pode nos ensinar a ser mais Moshê, mais Abraão e menos Jonas.