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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Ki Tissa e nosso incenso com cheiro suave ao Eterno



A parashah dessa semana (Ki Tissa - Êxodo 30:11 a 34:35) fala de diversos assuntos, desde o pagamento de meio shekel no recenseamento por cada israelita, até o mandamento do shabat, como sinal entre Deus e o povo de Israel. 
Fala também ainda dos utensilios do Mishkan, e dentre eles cita a bacia onde os kohanim faziam a lavagem das maos e pés, o azeite de unção para o tabernáculo, os utensilios e os sacerdotes e, antes de começar a falar de Aholiab e Betsalel, os responsáveis pela “produção” do tabernáculo, o texto cita o incenso.
Ex 30:36-38 - Uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do Testemunho na tenda da congregação, onde me avistarei contigo; será para vós outros santíssimo.  Porém o incenso que fareis, segundo a composição deste, não o fareis para vós mesmos; santo será para o SENHOR.  Quem fizer tal como este para o cheirar será eliminado do seu povo.
a) Uma parte dele era reduzida a pó... a outra parte servia para ser adicionada mais e manter o incenso, assim como o azeite, que era mantido constante na menorah.
b) era colocada diante do Testemunho. No mishkan, o altar do incenso era o que estava imediatamente antes do acesso ao Santo dos Santos, onde o Eterno se encontraria com Seu povo.
c) não se podia fazer esse incenso para nós mesmos.
d) o incenso era santo para o Eterno.
e) quem o fizesse, morreria.

Mas qual a relevância de tudo isso? Incenso não é só incenso?
Sl 141:1,2 - SENHOR, a ti clamo, dá-te pressa em me acudir; inclina os ouvidos à minha voz, quando te invoco. Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina.
Ap 5:8  e, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos,... (Ap 8:3,4 também cita)

O incenso representa nossas orações, e quando observamos cada detalhe, fica evidente o valor de nossa prece.  Vejamos:
a) Uma parte dele era reduzida a pó... a oração deve ser feita em humildade, de alguém reduzido a pó e cinzas. (Comparemos com a parábola do fariseu e publicano em Lc 18:10-14)
A parte que era preservada, nos lembra que a oração deve ser constante em nossa vida. 
b) era colocada diante do Testemunho. Nossas preces são o que mais próximo deve estar do Santo dos Santos.
c) não se podia fazer esse incenso para nós mesmos. (fariseu orava de si para si mesmo) 
d) o incenso era santo para o Eterno. (Nossa prece deve estar sempre voltada para HaShem)
e) quem o fizesse, morreria. (o fariseu desceu justificado?)
Agora vejamos mais sobre incenso e oração
Êxodo 30:7  Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará.
Cada manhã tinha um incenso renovado, assim deve ser nosso shacharit diário, lembrando de fazer nossas preces perante o Criador. Assim como o incenso tinha que ser preparado com todo o cuidado, nossas preces devem ser com cuidado, sem atropelos, sem relaxo.
Êxodo 30:8  Quando, ao crepúsculo da tarde, acender as lâmpadas, o queimará; será incenso contínuo perante o SENHOR, pelas vossas gerações.
O incenso deve cheirar continuamente. Assim nossas preces, por isso foi dito: “Orai sem cessar.” (1 Ts 5:17) Pelas vossas gerações... nossos filhos precisam nos ver orando. Só assim, as próximas gerações entenderão a necessidade de ter um tempo para D-us.

O talmude afirma em Pirkei Avot 2:18 (sidur, 427):
“Rabi Simeão dizia: não deixes de dizer o Shema e as tuas orações; quando rezares, não o faça simplesmente como um hábito, mas sim como súplica humilde ao Criador, conforme se diz: “pois Ele é clemente e misericordioso, tardio à cólera, cheio de graça e benevolente”. Não te consideres impio ante ti próprio.

Quando Exodo 30:7 fala do incenso junto com a lâmpada, isso traz um significado relevante. Já falamos sobre a luz da menorah, comparada a nossas atitudes, quando Yeshua diz: 
Mt 5:14-16 - Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus.

Não há valor na prece sem as obras. Sem a obediência dos mandamentos.  
Provérbios 28:9  O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.
Esse incenso é rejeitado pelo Eterno, e não produz um cheiro suave. 
Não adianta construir um tabernáculo cheio de ouro, utensílios preciosos e se colocar incenso que produz mau cheiro; assim também não dá pra manter uma menorah acesa sem as boas obras, pois são as boas obras que fazem a luz da menorah brilhar. 
** Uma coisa é não ter as preces ouvidas, outra bem diferente é “ouvir um não” do Eterno. É preciso saber diferenciar. **
Podemos contratar os melhores artífices, Aholiab e Betsalel (isso mostra que pra D-us devemos fazer sempre o melhor ao nosso alcance) mas o tabernáculo só fará sentido se tudo estiver de acordo com a vontade de HaShem... pois é assim que foi dito:
Êx 25:8 - “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. (dentro deles)”
Ezequiel 36:26,27   Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis.
Lucas 17:21  Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Lá está! Porque o reino de Deus está dentro de vós.
Está na hora de fazermos nosso incenso produzir aroma agradável. Crianças, jovens, adultos, idosos. (ver Ec 11:9-12:1)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Ki Tissa e as lições do meio shekel



A parashah dessa semana (Ki Tissa - Êxodo 30:11 a 34:35) fala de diversos assuntos, como o censo, a construição da pia no qual o lavatorio deveria purificar-se antes de entrar no santuario; também o óleo usado na unção dos utensilios e cohanin, e o incenso; a aliança do shabat conclui o primeiro ciclo trienal dessa parashah.
O censo foi ordenado a ser feito aqui sob a forma de doação; isso nos leva à pergunta: quanto nós valemos? Só podemos responder se soubermos nos avaliar perante o mundo, a comunidade e nossa família. Tal percepção de valor pessoal é importante, pois não valemos o que temos, mas aquilo que somos capazes de dar, compartilhar. Por isso o recenseamento foi feito através da doação, de um valor pequeno, porque não era o valor da oferta, mas a pessoa sentir que ela é igual às demais, que não deve se sentir inferior, como um peso morto em sua existência.
Qual a diferença fundamental entre o homem e os animais? Se acompanharmos uma manada de elefantes ou qualquer outro grupo de animais, perceberemos que o efeito que eles causam no mundo é mínimo. Já o homem causa grandes transformações no mundo, na sociedade. O homem foi criado com o atributo da criação, e a partir de suas experiências, ele é capaz de criar e adaptar situações na sua vida. Nossa capacidade de empreender, está ligada à capacidade de dar. Tudo que fazemos é preciso empreender.
Por exemplo, casamento: é preciso empreender uma idéia de se casar, e a partir de então se gasta energia, tempo, habilidade, conquista, investimento, etc... O propósito de Deus para o sacerdócio de Israel requeria deles uma grande dose de empreendedorismo.
Era para ser uma nação sacerdotal e precisavam investir nisso. Ex 19:3-6 - Moisés subiu ao Eterno e Deus lhe disse: se me obedecerem,... serão nação sacerdotal. 1 Pe 2:9-14 - Vós sois raça eleita, sacerdocio real, nação santa... afim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz. No momento em que tomamos parte na aliança, através de Mashiach e do conhecimento da Torah, acabamos por assumir o mérito e a responsabilidade de sermos uma nação sacerdotal, afim de proclamar as virtudes do Eterno, que nos chamou das trevas para a luz.
Cada pessoa precisa entender que o dinheiro da comunidade advem das contribuições do povo, com seus dizimos e ofertas, ou seja, empreendermos nossos valores na divulgação da mensagem. O dizimo é uma forma de reconhecimento de que tudo que possuímos vem das mãos do Eterno.
Pirke avot 3:17 fala que a cerca da riqueza são os dizimos.
Não há nada mais gratificante do que perceber que alguém lhe é grato por algo que você fez. Mesmo que a pessoa não lhe agradeça, aquele que ajuda, faz tsedakah, aumenta sua própria auto-estima.
Os sentimentos ruins nos impedem de empreender em coisas boas. Sentimentos como ciúmes, inveja, prejudicam nossa auto-estima e gastamos nosso tempo preocupados e pensando em como prejudicar a alguém, quando o único prejudicado acaba sendo nós mesmos.
Na contagem, cada um trazia meio shekel, porque a pessoa deve sentir que sozinha, ela não é completa, e que para sermos um, precisamos de nosso próximo. Hoje a comunidade pode ser grande, mas a comunidade forte não é a grande em números, mas é aquela que é capaz de transformar o mundo. Os dizimos são voluntários, mas baseado na Torah, eles são compulsórios. Deus exige que a décima parte de nossas riquezas seja compartilhada com o sacerdócio. Sacerdócio não apenas se refere aos que ocupam cargos, mas ao oficio de propagar a mensagem de um povo com tal missão.
Pirke avot 5:14 fala daqueles que contribuem e do sentimento de egoísmo, daqueles que desejam tudo para si, e são considerados ímpios. Justos são aqueles que abrem mão de suas próprias riquezas em favor do próximo. Reter dízimos, ofertas e abster-se de ajudar ao próximo é uma auto-declaração de impiedade.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Que falta faz um líder?!


A parashah dessa semana (Ki Tissa - Êxodo 30:11 a 34:35) fala de diversos assuntos, desde o pagamento de meio shekel no recenseamento por cada israelita, até o mandamento do shabat, como sinal entre o Eterno e Seu povo. Traz também a idolatria com o bezerro de ouro, fato negativo marcante na história de Israel.
Claro que eu poderia falar sobre a idolatria, sobre os três mil que foram mortos por causa disso, mas hoje quero que meditemos sobre a importância do lider.

Ao lermos Êx 32:1 vemos: “Vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido.”

Bastou Moshe ficar um tempo distante e o povo desandou a fazer bobagem. Isso nos deve fazer refletir sobre a importância do líder, do bom líder.
O bom líder não é aquele que faz o que o povo quer (como Arão fez o bezerro, porque eles pediram) mas aquele que mostra ao povo o que devem fazer, aquilo que é certo.
Quando lemos o texto que diz: “Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina.” é natural refletirmos sobre qual seria o valor dessa duplicada honra, qual seria o valor do duplicado honorário (como diz em outra versão do texto)?
Duplicado honorário faz parecer o líder um advogado; advogado é que recebe honorário para defender seus clientes; mas foi exatamente isso que Moshe fez, quando o Eterno se mostrou disposto a destruí-los, e iniciar com Moshe um novo povo (Êx 32:10). Moisés não somente recusou ser o precursor de uma nova nação, mas intercedeu pelo povo junto ao Eterno, fazendo com que Ele se arrependesse do mal que faria ao povo. (Êx 32:14)
Como um pastor que cuida do seu rebanho, Moshe cuidou do povo de Israel, ainda que eles tivessem cometido tão grande pecado. Sem nenhum orgulho pessoal, egocentrismo ou qualquer sentimento semelhante, Moshe demonstrou que seu amor estava acima disso, ele dava a vida por eles.

Agora, cabem três perguntas ao encerrarmos essa meditação: O que aconteceria ao povo se Moshe não intercedesse por eles?Qual valor você ao seu líder? Será que ele é merecedor de duplicados honorários?