Existem algumas porções da Torah que parecem não precisar de uma reflexão mais profunda, uma vez que o assunto já foi falado por muitas vezes, como o que ocorre na parashah dessa semana: Shelach Lecha (Nm 13:1 a Nm 15:41) Basta abrir no texto e todos já se lembram dos espias que foram enviados por Moshê para conhecerem a terra de Canaã. Ficaram lá por quarenta dias e voltaram com medo, difamando a terra, falando dos gigantes e amedrontando os israelitas. Dos doze espias, só Josué e Calev entraram na terra e esses quarenta dias serviram para o Eterno transformar em quarenta anos de caminhada pelo deserto, até que morressem todos daquela geração, como castigo e entrassem apenas os dois citados.
Uma coisa que sempre medito é em que imagem (que nome) vamos deixar para a história. Será que seremos lembrados ou nossos nomes serão esquecidos num futuro não muito distante. Apenas como exercício do que digo, tente se lembrar do nome dos dez espias que infamaram a terra. Ninguém se lembra! Ou você já conheceu alguém chamado Palti, Amiel, Setur? Mas certamente você ja se encontrou com algum Josué pelo caminho, ou mesmo um Calev.
Essas coisas dependem muito da nossa capacidade de enxergar as coisas sob o prisma correto. Esses dez espias viram tudo: terra boa, frutos enormes, gigantes, etc... nada que Josué e Calev não tivessem também visto. O problema está na forma como vemos. O que superlativamos? O que não consideramos como importante. Sim, Josué e Calev viram os gigantes, mas pensaram: quer saber? Deus sabia que esses gigantes estariam ali, e ainda assim nos ordenou que conquistemos a terra, então Ele nos dará a vitória... porque o que vale é a terra que alcançaremos. Os demais espias, bom, esses viram que seria impossível vencer os gigantes.
A Teshuvah nos ensina da mesma forma: há os que olham para as dificuldades e pensam: nunca aprenderemos o hebraico, nunca faremos tal coisa, nunca iremos para Israel, nunca seremos reconhecidos... eu prefiro ser gentio, prefiro ficar no Egito mesmo... esses, esses são os que serão esquecidos. Mas há outros que decidiram acreditar no Eterno, deixar o Egito para trás e avançar. Para esses, a Teshuvah só traz alegrias, as dificuldades existem para serem vencidas, nada mais.
Por causa dessas coisas que quando os espias quiseram levantar um capitão que os levasse de volta ao Egito, Moisés, Arão, Josué e Calev caíram com o rosto em terra, se humilharam, rasgaram suas vestes diante do Eterno. Esses são os que serão lembrados para sempre. Aqueles que quiseram levantar líderes para voltar atrás, esses foram todos esquecidos; absolutamente todos.
E então, quando uma dificuldade se apresenta a você, o que você vê? O gigante, ou a terra prometida? Espero que veja a terra!
3 comentários:
Pois é Rosh,um comentário muito claro da parashah.. e sim, temos que olhar para as coisas que estão a nossa frente como se tudo é do Eterno.. e para o nosso crescimento, assim não teriamos tantas murmurações.. e viveríamos feliz, pois tendo a certeza que tanto as coisas boas e aquelas que aparenta ser ruim, vem de Hashem não temeriamos nehum mal. Shalom alech
Pois é Rosh,um comentário muito claro da parashah.. e sim, temos que olhar para as coisas que estão a nossa frente como se tudo é do Eterno.. e para o nosso crescimento, assim não teriamos tantas murmurações.. e viveríamos feliz, pois tendo a certeza que tanto as coisas boas e aquelas que aparenta ser ruim, vem de Hashem não temeriamos nehum mal. Shalom alech
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