Ao ler a parashah de Lech Lechah, é impossível deixar de prestar atenção à idade das pessoas. Vejamos: Abrão foi chamado pelo Eterno para sair do lugar onde vivia, mas isso quando ele já tinha 75 anos (Gn 12:4) Quantos e quantos não diriam: Ah! estou velho demais para isso, arruma outro, me deixa sossegado aqui no âmbito familiar. Outros diriam: ah! eu sou muito novo, deixa eu curtir um pouco mais minha vidinha aqui.
Quando Sarai se julgou incapaz de dar filhos a Abrão e fez com que ele se deitasse com a escrava Agar, Abrão tinha 85 anos, e quando nasceu seu filho Ismael, já estava com 86 (Gn 16:16). Alguns julgariam (como Sarai) que ele já era velho demais para ser pai... mas eis que quando Isaque, o filho da promessa nasceu, Abraão já estava com 100 anos. (Gn 21:5)
Mas qual a importância da idade?
Na verdade, a lição de hoje é que sempre há tempo para buscarmos ao Eterno. Não importa a idade. Os jovens não devem dizer: Sou muito jovem para abrir mão de minha liberdade (direito a agir erradamente, como se fossem imortais) Quando for mais velho, servirei ao Eterno. Tampouco os idosos podem dizer: ah! meu vigor já passou, não posso servir ao Eterno, pois isso exigiria muito esforço de mim, porque teria que sair no shabat de manhã para congregar, e ja não tenho idade para isso.
Aprendamos com Abraão, que esperou 25 anos até ver cumprida a promessa de ter um filho e hoje vemos que os descendentes de Abraão já são como as estrelas do céu, conforme prometido.
“olha, agora, para os céus e conta as estrelas, se as podes contar. E disse-lhe: Assim será a tua semente. E creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça.” (Gn 15:5,6)
Assim como Abraão, façamos justiça, crendo no Eterno e em Sua Palavra, sem nos preocuparmos se estamos novos demais ou velhos demais para servir a HaShem.