quinta-feira, 23 de junho de 2011

Faça sua vara florescer...

Na parashah dessa semana, é impossível não falar da rebelião de Coré, Datã e Abirão contra Moshê. O próprio título da parashah é Corach (Nm 16:1 a Nm 18:32), mas a minha reflexão nessa semana (aproveitando que estamos no meio de uma reunião de liderança) é com relação àquilo que estamos produzindo. O Eterno diz: “E será que a vara do homem que eu tiver escolhido florescerá; assim, farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.” (Nm 17:5)


Pessoas escolhidas pelo Eterno, habilitadas para liderar, que busquem fazer algo a mais pela congregação, são essas que farão florescer suas varas. Ou a gente faz mais, ou nosso cajado não produzirá frutos. Yeshua disse: “Pelos frutos conhecereis” quer dizer que devemos produzir mais sempre, mas bons frutos. Essa é uma curta meditação, mas de extrema importância àqueles que professam uma fé no D-us de Israel. Faça sua vara florescer... de bons frutos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O que você vê, espia?

Existem algumas porções da Torah que parecem não precisar de uma reflexão mais profunda, uma vez que o assunto já foi falado por muitas vezes, como o que ocorre na parashah dessa semana: Shelach Lecha (Nm 13:1 a Nm 15:41) Basta abrir no texto e todos já se lembram dos espias que foram enviados por Moshê para conhecerem a terra de Canaã. Ficaram lá por quarenta dias e voltaram com medo, difamando a terra, falando dos gigantes e amedrontando os israelitas. Dos doze espias, só Josué e Calev entraram na terra e esses quarenta dias serviram para o Eterno transformar em quarenta anos de caminhada pelo deserto, até que morressem todos daquela geração, como castigo e entrassem apenas os dois citados.

Uma coisa que sempre medito é em que imagem (que nome) vamos deixar para a história. Será que seremos lembrados ou nossos nomes serão esquecidos num futuro não muito distante. Apenas como exercício do que digo, tente se lembrar do nome dos dez espias que infamaram a terra. Ninguém se lembra! Ou você já conheceu alguém chamado Palti, Amiel, Setur? Mas certamente você ja se encontrou com algum Josué pelo caminho, ou mesmo um Calev.

Essas coisas dependem muito da nossa capacidade de enxergar as coisas sob o prisma correto. Esses dez espias viram tudo: terra boa, frutos enormes, gigantes, etc... nada que Josué e Calev não tivessem também visto. O problema está na forma como vemos. O que superlativamos? O que não consideramos como importante. Sim, Josué e Calev viram os gigantes, mas pensaram: quer saber? Deus sabia que esses gigantes estariam ali, e ainda assim nos ordenou que conquistemos a terra, então Ele nos dará a vitória... porque o que vale é a terra que alcançaremos. Os demais espias, bom, esses viram que seria impossível vencer os gigantes.

A Teshuvah nos ensina da mesma forma: há os que olham para as dificuldades e pensam: nunca aprenderemos o hebraico, nunca faremos tal coisa, nunca iremos para Israel, nunca seremos reconhecidos... eu prefiro ser gentio, prefiro ficar no Egito mesmo... esses, esses são os que serão esquecidos. Mas há outros que decidiram acreditar no Eterno, deixar o Egito para trás e avançar. Para esses, a Teshuvah só traz alegrias, as dificuldades existem para serem vencidas, nada mais.

Por causa dessas coisas que quando os espias quiseram levantar um capitão que os levasse de volta ao Egito, Moisés, Arão, Josué e Calev caíram com o rosto em terra, se humilharam, rasgaram suas vestes diante do Eterno. Esses são os que serão lembrados para sempre. Aqueles que quiseram levantar líderes para voltar atrás, esses foram todos esquecidos; absolutamente todos.

E então, quando uma dificuldade se apresenta a você, o que você vê? O gigante, ou a terra prometida? Espero que veja a terra!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Behaalotecha... largue sua muleta.




Quando eu era criança minha mãe dizia: “a desculpa do aleijado é a muleta!” fazendo referência às muitas coisas que ela mandava a gente fazer e nós (os filhos) nunca conseguíamos e sempre tínhamos uma desculpa para dar. A parashah de Behaalotecha (Nm 9:1 a Nm 12:16) me fez lembrar disso.


Era o segundo ano da partida dos israelita do Egito, rumo à terra Prometida, mas a parashah já começa com o Eterno relembrando a eles que era tempo de celebrarem Pessach. (Aqui a primeira desculpa das pessoas: Ah! eu esqueci que tinha que tirar o fermento... esqueci que tinha que guardar o shabat, esqueci de preparar matzah, esqueci....)


Mas se você não tem a desculpa do esquecimento, você tem a desculpa de poder colocar a culpa de seus erros nos outros. E como é bom saber que a culpa está sempre nos outros!


Faltou pão (porque ninguém quer preparar) vamos colocar a culpa em Moisés, afinal foi ele quem nos tirou do Egito. Lá tinha pãozinho pra gente todo dia....


Faltou carne (nunca me esqueço que os israelitas tinham rebanho no deserto, era só matar um animal e comer) adivinha? Moisés era o culpado. Nm 11:4-6 “E agora, quem nos dará carne para comer? Lembramo-nos dos peixes, que no Egito, comíamos de graça; dos pepinos, melões, cebolas, alhos... mas agora, nossa alma se seca, coisa nenhuma há senão esse maná.”


Será que o povo não tem mais o que fazer do que colocar a culpa no líder?


Já passei por algumas congregações nestes anos, e eu sou o mesmo líder, e como as pessoas são diferentes, reagem de maneira diferente a cada mensagem. Numa congregação todos trabalham e se esforçam, buscam o bem comum. Em outra, metade trabalha, metade reclama; Noutra, 99 reclamam, um trabalha (Rosh). Era assim no deserto... reclamavam, reclamavam e ninguém se levanta para fazer algo de bom. É sempre mais fácil acusar o rosh (Moisés foi o maior líder da história de Israel e ainda assim, era sempre alvo de críticas.


Está na hora Israel, de largar a muleta, de parar de dar desculpas e de trabalhar. Quem trabalha não encontra tempo para ficar murmurando. Como disse Shaul HaShaliach: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como astros no mundo.” (Fp 2:14,15)


Vamos dar um tempo para Moshê e cada um, de maneira irrepreensível, procurar FAZER TUDO sem murmurar. Só assim você será capaz de dar adeus às suas muletas!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Shavuot: Naasei Venishmah - faremos e obedeceremos



Hoje não é dia de parashah, é dia de festa. A festa em que celebramos o recebimento da Torah por nosso povo, ainda no deserto.

Ao ler o livro de Rute, nos lembramos da conversão, e que dela descende o rei Davi e o Mashiach. Ela era uma moabita, uma goyá, mas seu amor pelo Deus e pelo povo de Israel fez dela uma pessoa digna diante do Eterno.
O que aconteceu com Rute está reservado também a todos os que, como ela, abraçarem a Aliança do Eterno:

Is 56: 4-7 - Porque assim diz o SENHOR a respeito dos eunucos que guardam os meus sábados, e escolhem aquilo que me agrada, e abraçam o meu concerto: Também lhes darei na minha casa e dentro dos meus muros um lugar e um nome, melhor do que o de filhos e filhas; um nome eterno darei a cada um deles que nunca se apagará. E aos filhos dos estrangeiros que se chegarem ao SENHOR, para o servirem e para amarem o nome do SENHOR, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto, também os levarei ao meu santo monte e os festejarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos.

Isso é uma dádiva de que nenhum de nós é merecedor, mas HaShem nos promete... temos que nos esforçar por alcançar isso. Dançar abraçado com a Torah, um gesto tão bonito, mas que deve nos fazer lembrar disso: ABRACE A ALIANÇA DO ETERNO! Coloque a Torah em seu coração.

Quando o Eterno deu a sua Torah ao povo de Israel, eles responderam com Naase Venishmah:
Ex 24:7,8 - E tomou o Livro da Aliança e o leu ao povo; e eles disseram: Tudo o que falou o SENHOR faremos e obedeceremos. Então, tomou Moisés aquele sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o SENHOR fez convosco a respeito de todas estas palavras.

Ainda que Israel tenha se esquecido de sua promessa de fazer e (ouvir) obedecer tudo que estava descrito na Aliança do Eterno, HaShem sempre permaneceu fiel, e deu ao Seu povo a possibilidade de buscar o reencontro, uma TESHUVAH, uma conversão renovada ao Eterno, como disse o profeta Jeremias:
Lm 5:19-21 - Tu, SENHOR, permaneces eternamente, e o teu trono, de geração em geração. Por que te esquecerias de nós para sempre? Por que nos desampararias por tanto tempo? Converte-nos, SENHOR, a ti, e nós nos converteremos; renova os nossos dias como dantes.

O mesmo profeta, falando em nome do Eterno:
Jr 6:16,17 - “Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para a vossa alma; mas eles dizem: Não andaremos. Também pus atalaias sobre vós, dizendo: Estai atentos à voz do shofar; mas dizem: Não escutaremos.

Não sejamos rebeldes, mas de todo o coração renovemos nossa aliança. É hora de ouvir a voz do shofar, e andar nos caminhos do Eterno, para encontrarmos descanso, mas para nos regozijarmos na Sua Lei.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Você valoriza a bênção?


De vez em quando nos acostumamos a algumas coisas na vida e passamos a considerá-las como comuns, coisa corriqueira e não prestamos a devida atenção. Assim acontece com nossos filhos, quando os vemos todos os dias não nos damos conta de que eles crescem e quando vemos, eis que já estão grandes e não valorizamos cada minuto com eles... assim acontece com o dinheiro, pois trabalhamos incessantemente para recebê-lo e quando o recebemos, não o valorizamos, e gastamos em coisas que não valem muito a pena. E assim acontece com coisas espirituais também. Um exemplo? A birkat cohanin!


A parashah de Nassó (Nm 4:21 a Nm 7:89) traz um texto maravilhoso, que é a bênção sacerdotal. Em Nm 6: 23,24 diz: “Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel e dir-lhes-eis: O Eterno te abençoe e te guarde;... ” Muitas reflexões podemos tirar disso, como por exemplo o fato de essa bênção ser apenas e tão somente PARA OS FILHOS DE ISRAEL. Apesar de muito lida e usada no meio religioso, HaShem ordenou que Arão e seus filhos cohanin a usassem somente com o Seu povo. Que alegria poder fazer parte de um povo que tem sua bênção exclusiva, determinada pelo próprio e único D-us!


As palavras da bênção devem ser valorizadas, saboreadas, recebidas com devocão, cada uma delas:


O Eterno (o único D-us verdadeiro, o Criador do universo, Adon Olan)


te abençoe (nossa bênção vem somente dEle, e vem desde o patriarca Avraham... quando HaShem diz: de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!)


e te guarde (Ele é quem nos guarda... eis que não dorme o Guarda de Israel, Israel confia no Eterno)


e por aí segue cada palavra da bênção aos filhos de Israel. Portanto, não torne o momento da birkat cohanin algo comum, faça dele um momento especial em sua vida a cada shabat, valorize as palavras de bênção do Eterno em sua vida. Mostre que você dá valor às palavras da Torah!